Funcionários da Eletrobras recusam oferta da estatal e entram em greve por tempo indeterminado

Tudo parado – Cerca de 90% dos 28 mil funcionários do Sistema Eletrobras em todo o País aderiram à greve deflagrada na segunda-feira (15) pela categoria. A decisão de cruzar os braços por tempo indeterminado surgiu diante da recusa da direção da estatal em atender às reivindicações formuladas pelos trabalhadores. A estimativa do contingente que aderiu à paralisação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ), Jorge Luiz Vieira da Silva.

Os funcionários da Eletrobras querem discutir as bases do acordo coletivo de trabalho, descartando com isso a proposta apresentada pela empresa ao fim da terceira rodada de negociação, no último dia 4 de julho. “Não tem proposta de negociação, a partir do momento em que ela [empresa] propõe perda de benefícios. Isso nós não aceitamos”.

Os trabalhadores pedem aumento salarial de 6,88%, calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais 4,3% referentes ao crescimento do mercado de energia no período. A Eletrobras, entretanto, oferece reajuste de salários e de benefícios de 6,49%, correspondente à reposição da inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do período de maio de 2012 a abril de 2013, além da concessão de três cartelas de vale-refeição/alimentação.

“Ressaltamos que a proposta reflete um esforço muito grande do governo federal e das empresas Eletrobras, especialmente se considerarmos o cenário decorrente da redução de tarifa de energia elétrica aos consumidores brasileiros e a consequente necessidade do equilíbrio econômico-financeiro das empresas”, diz nota da Eletrobras. Acrescenta que “a Eletrobras reafirma seu respeito ao direito de greve, mas adotará medidas que garantam o fornecimento de energia elétrica confiável e de qualidade a todos os brasileiros e, para isso, conta com o apoio, empenho e alto grau de responsabilidade de seus empregados.”

O presidente do Sintergia-RJ disse que paralisação não oferece riscos ao sistema elétrico. “Os riscos, se houver, são aqueles naturais do sistema elétrico, não por conta de alguma posição tomada por nós”, disse.

Os funcionários da Eletrobras programaram uma passeata para a próxima quinta-feira (18), na Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro. (Com informações da Agência Brasil)