Roseana reage ao pedido de cassação e mostra que legislação só vale para os adversários do clã Sarney

Face lenhosa – Nesta quinta-feira (8), a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), reagiu ao pedido de cassação do seu mandato formulado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em parecer enviado ao Tribunal Superior Eleitoral.

Por meio da Secretaria de Comunicação Social do governo, Roseana informou que seu mandato “é legítimo, conquistado por meio do voto direto e dentro de um processo democrático e limpo”.

No parecer que já se encontra no TSE, Gurgel é claro ao defender a perda do mandato da governadora e do seu vice, o petista Washington Luiz Oliveira, do Partido dos Trabalhadores. A decisão do procurador tem como justificativa o cometimento de abuso do poder econômico e de autoridade por Roseana Sarney, que na campanha eleitoral de 2010 firmou com prefeituras maranhenses convênios c de caráter meramente eleitoreiro.

“As minhas ações foram transparentes e dentro da lei. A minha eleição para o cargo de governadora foi legítima. Por isso, a minha consciência está tranquila e tenho confiança que exercerei meu mandato até o fim”, declarou a governadora do Maranhão, que não consegue ter um momento de humildade e reconhecer o equívoco cometido.

O fato de Roseana alegar que seu mandato é legítimo não significa que o mesmo não possa ser contestado. A legitimidade de um mandato se estabelece no momento em que o candidato vitorioso é diplomado pela Justiça Eleitoral, mas isso não é garantia de que a campanha transcorreu dentro da legalidade. Enquanto não houver qualquer contestação acerca da legalidade da campanha, o mandato só pode ser considerado legítimo nesse aspecto.

A grande questão envolvendo Roseana Sarney é que ela não aceita para si o que impõe aos adversários. Derrotada na eleição de 2006 pelo pedetista Jackson Lago, já falecido, Roseana usou as mesmas alegações que ora a colocam na fila da degola do Tribunal Superior Eleitoral.

A ação que culminou com o pedido de cassação de Roseana foi impetrada pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, candidato do PSB derrotado na corrida ao Senado Federal. Que a governadora romperia o silêncio com declarações falaciosas todos sabiam, mas é preciso que não apenas Roseana, mas toda a família Sarney compreenda que o Maranhão está cansado do banditismo político que leva a marca da Praia do Calhau, em São Luís.

Assim como a vida, a política tem um ciclo e seus operadores precisam estar preparados para o fim. Do contrário, o caudilhismo que há cinco décadas reina no mais pobre estado brasileiro pode se tornar regra. Eis o perigo!