Manutenção do mandato de Donadon é amostra grátis da realidade bandida que domina a política

Extrato concentrado – A decisão da Câmara dos Deputados de não cassar o mandato de Natan Donadon (sem partido – RO) está sendo classificada como tapa na cara da sociedade. Não se pode deixar de reconhecer o escárnio que representa essa arbitrariedade, mas o que se viu na noite de quarta-feira (28), no plenário da Câmara, foi apenas mais um tapa na cara do povo, não o tapa.

Como sempre destaca o ucho.info, o universo político não acolhe inocentes, porque o jogo é bruto e imundo, como sempre foi. Aos integrantes deste site a decisão de manter o mandato de Donadon não causa perplexidade, porque sempre lutamos contra os desmandos na política, empreitada que tem nos reservado reveses covardes e absurdos.

Indignar-se com a política nacional não pode ser um ato isolado, que acontece de vez em quando, mas de todo os dias e em tempo integral. A grade diferença entre Natan Donadon e muitos dos que frequentam o Congresso Nacional é a condenação com trânsito em julgado e o cumprimento da pena de prisão em regime fechado. Tirante esse detalhe, o nivelamento deve ser feito por baixo, pois poucos se salvarão da régua da moralidade pública.

Há no parlamento políticos muito piores do que Donadon, com inequívoca vocação para o banditismo, mas a imprensa prefere passar ao largo da realidade para não perder as fontes, como se enganar a opinião pública com informações pasteurizadas e mentirosas fosse a maior de todas as virtudes. O mais interessante, se é que assim pode ser classificado, é que muitos desses jornalistas que fecham os olhos para a realidade são cortejados e muitas vezes merecedores de prêmios.

Com ou sem a presença de Natan Donadon no Congresso, o ucho.info continuará combativo e sem abandonar o jornalismo opinativo, levando aos milhares de leitores que diariamente nos honram apenas a verdade dos fatos, sempre com uma análise ampla e conectada com outros acontecimentos correlatos. O maior prêmio conquistado pelo bom jornalista não é o outorgado pelo corporativismo da classe – que em dadas ocasiões se mostra autofágica –, mas aquele concedido pelo leitor, razão maior de quem de fato faz jornalismo.