Para transformar a suspeita em fato consumado, Dilma suspende viagem de palacianos a Washington

Retocando o truque – Para manter a farsa e garantir dose mínima de soberba que lhe permita participar do G20 com ar de poderosa, a petista Dilma Rousseff cancelou o envio da equipe que prepararia sua viagem a Washington, em outubro. A decisão foi tomada na esteira das denúncias não confirmadas de que Dilma e assessores foram espionados pelo governo dos Estados Unidos, de acordo com revelações feitas por Edward Snowden, que, como profetizou certa vez o artista plástico Andy Warholl, já conquistou os quinze minutos de fama a que tinha direito.

Como já noticiamos, não há qualquer comprovação de que a aludida espionagem ocorreu, até porque a última denúncia foi precedida por dois fatos estranhos e distintos. O primeiro deles é que David Miranda, namorado do jornalista que recebeu documentos de Snowden, foi detido pela Scotland Yard no aeroporto de Heatrow, em Londres, durante escala de um voo que fazia a rota Alemanha-Brasil. O segundo evento estranho foi o encontro quase secreto entre o ex-metalúrgico Luiz Inácio da Silva e João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, a quem coube divulgar com estardalhaço a informação.

Reforçando o que já foi informado, a política brasileira, que é órfã de acasos, desconhece o que é coincidência. A situação piora sobremaneira quando em cena está o Partido dos Trabalhadores, que há muito se mantém no poder com a ajuda de escândalos e factóides. Isso significa que a denúncia da eventual espionagem deve ser analisada com doses reforçadas de cautela, pois escrúpulo é uma palavra que inexiste no cotidiano petista, como já comprovou a história recente.

Cancelar a viagem da equipe presidencial que cuidaria dos detalhes da visita de Dilma Rousseff à Casa Branca não significa que o encontro com Barack Obama foi cancelado, mas não custa lembrar que os Estados Unidos nada perdem com a ausência da petista, que continua abusando de mentiras oficiais e planos mirabolantes para camuflar uma incompetência que só cresce.

De tal modo, até que seja confirmada a autenticidade dos supostos documentos que embasaram a denúncia de espionagem o Brasil estará diante de mais uma farsa com a chancela criminosa de um partido que ao longo da última década deixou à mostra a essência bandoleira.