Faltando pouco para a eleição, vantagem da coalizão de Angela Merkel segue apertada

Contagem regressiva – Às vésperas das eleições parlamentares da Alemanha, os partidos que sustentam a coalizão de governo apresentam apertada vantagem em relação às forças oposicionistas, de acordo com as recentes sondagens. A chanceler Angela Merkel, entretanto, tem a opção de aliar-se aos social-democratas (SPD), repetindo a coalizão de seu primeiro mandato.

Uma pesquisa publicada na noite de quinta-feira (19) pela rede pública de televisão ZDF aponta que democrata-cristãos (CDU) e liberais (FDP) somariam 45,5% dos votos, enquanto os social-democratas, verdes e os socialistas (esquerda) obteriam, juntos, apenas um ponto percentual a menos. A pesquisa foi realizada pelo instituto Forschungsgruppe Wahlen, com 1.369 eleitores, entre 18 e 19 de setembro. Ou seja, empate técnico.

Em comparação com a semana anterior, os democrata-cristãos (CDU e sua aliada bávara, CSU) permanecem com 40%, enquanto seu parceiro de coalizão, o FDP, perdeu meio ponto, indo a 5,5%.

O SPD ganhou um ponto percentual, com 27%, enquanto os verdes perderam dois, com 9%. Os socialistas do A Esquerda tem 8,5%, meio ponto a mais que na semana anterior. O partido eurocético Alternativa para a Alemanha (AfD) continua com 4%.

Alternativas

Analistas não veem uma maioria definida para nenhum dos campos políticos, considerando a margem de erro estatística, de cerca de três pontos para mais ou para menos.

Entretanto, um governo de oposição, unindo social-democratas e verdes, é uma opção praticamente descartada, já que os dois partidos não obteriam votos suficientes, considerando os resultados das pesquisas.

Já uma aliança entre social-democratas, verdes e A Esquerda tem sido veementemente descartada pelo SPD. A possibilidade de uma aliança entre social-democratas, verdes e liberais, por sua vez, tem sido repetidamente rejeitada pelo FDP, enquanto uma coalizão entre os verdes e os conservadores de Merkel também não faz parte dos planos dos políticos ambientalistas.

Caso os eurocéticos do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que apresentam 4% nas últimas pesquisas, obtenham os necessários 5% para entrar no Parlamento, a coalizão liberal-conservadora dificilmente consegue obter a maioria para governar. Mas os democrata-cristãos, assim como os outros partidos, rejeitam uma cooperação com a AfD.

Grande coalizão

Merkel tem como prioridade a continuação de sua aliança com os liberais. Mas caso não consiga votos suficientes para isso, pode optar por se aliar aos social-democratas, conseguindo uma maioria folgada de assentos no Parlamento e repetindo a aliança que sustentou seu primeiro mandato, entre 2005 e 2009. Esta, aliás, é a opção preferida pelo eleitorado alemão, conforme atestam os levantamentos mais recentes.

O perigo de que o FDP não obtenha os 5% para entrar no Bundestag ainda existe, como ocorreu nas eleições regionais na Baviera, realizadas do domingo. No estado, os democrata-cristãos obtiveram maioria suficiente para governar sozinhos, enquanto os liberais do FDP ficaram de fora do legislativo local, amargando um fiasco nas urnas, ao receber apenas 3,3% dos votos.

Pensando nisso, os liberais têm feito campanha a nível nacional com objetivo de angariar votos de tradicionais eleitores democrata-cristãos. Merkel e seus correligionários, entretanto, rejeitam essa estratégia, apelando para que seus partidários não “emprestem voto” aos liberais.

Os conservadores de Merkel querem colher o maior número de votos possível, para estarem fortes o suficiente em relação aos social-democratas, caso uma chamada “grande coalizão” se mostre inevitável após a abertura das urnas. (DW)