EUA: Senado chega a acordo para elevar a dívida do país e evitar falência

Bandeira branca – Líderes democratas e republicanos no Senado norte-americano chegaram a um acordo, nesta quarta-feira (16), sobre o impasse que paralisou o governo dos Estados Unidos e poderia levar o país, a partir da zero hora de sexta-feira, à falência, caso persistisse a queda de braços sobre a elevação do endividamento federal.

O acordo, costurado pelo senador democrata Harry Reid e que contou com o apoio do líder da bancada republicana, Mitch McConnell, amplia o grau de endividamento dos Estados Unidos até 7 de fevereiro, o que permite ao governo de Barack Obama seguir financiando suas ações até 15 de janeiro de 2014. “Este é um momento para a reconciliação”, declarou Reid ao anunciar o acordo.

O republicano Mitch McConnell afirmou que com o acordo o seu partido conseguiu que os gastos públicos serão reduzidos ao longo dos próximos dois anos, lembrando que a legenda não recuará em sua decisão. É importante lembrar que o impasse recrudesceu diante da intransigência dos integrantes do chamado “Tea Party”, a porção ultrarradical do Partido Republicano.

Membro do “Tea Party”, o ultraconservador texano Rafael Edward “Ted” Cruz, senador que mais trabalhou para inviabilizar o acordo, disse que mesmo discordando não aprovará a aprovação na Câmara dos Representantes. Isso significa que ambas as casas legislativas dos EUA devem aprovar o acordo nas próximas horas, o que permitirá que Obama promulgue o documento antes da meia-noite de quinta-feira (17), prazo final para evitar o calote norte-americano, segundo informou o secretário do Tesouro, Jacob Lew.

Até horas atrás existia a possibilidade de o acordo enfrentar resistência na Câmara, controlada pelos republicanos, mas a deputada Nancy Pelosi, líder do Democrata na Casa, disse que o partido votará pela aprovação do documento. Nesse entrevero que se aproxima do fim, um cipoal de problemas políticos sobrará para o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que terá de lidar com os radicais do “Tea Party”.

Vale destacar que o acordo anunciado nesta quarta-feira, que depende de aprovação, apenas prorroga o problema enfrentado pela Casa Branca, que no começo do próximo ano terá nova e semelhante batalha. Interesses político-eleitorais estão obrigando o presidente Barack Obama a governar no estilo conta-gotas, sempre com uma solução com prazo de validade curto.