Terra de ninguém – Definitivamente o Brasil é o endereço preferido da barafunda política, que, diga-se de passagem, grassa no País. Eleito presidente da República como se fosse a reencarnação de Messias, a derradeira salvação do universo, Luiz Inácio da Silva, o lobista e dublê de alcaguete, se agarrou ao populismo barato e irresponsável ao empurrar a população às bizarrices do consumismo.
O grande absurdo da segunda fase da era Lula foi entupir as cidades brasileiras com quase intermináveis frotas de automóveis novos, como se a infraestrutura urbana pudesse assimilar tal impacto. Fora isso, essa enxurrada de carros novos contribuiu sobremaneira para levar a Petrobras à crise, uma vez que a empresa não tinha capacidade de atender por conta própria a demanda por combustíveis.
Como se arruinar a economia nacional em apenas uma década nada representasse, Lula empenhou-se para transformar o incompetente Fernando Haddad em prefeito da maior cidade do País, São Paulo. Sentindo na pele os efeitos colaterais da medida adotada por Lula que beneficiou as montadoras, Haddad teve um momento de genialidade ao buscar uma solução para o insuportável trânsito paulistano, cada vez mais engessado por congestionamentos absurdos e que consomem diariamente pelo menos três horas de cada motorista paulistano.
A solução milagrosa, que parece ter saído da maravilhosa lâmpada de Aladim, foi comprar uma lata de tinta branca e uma brocha, ingredientes necessários para implantar corredores exclusivos de ônibus em toda a cidade. Para Fernando Haddad, o mais novo poste de Lula, pouco importa se os motoristas se descabelam em oceanos de carros parados nas ruas e avenidas da capital do mais importante estado da federação e locomotiva nacional. A ordem dentro do PT é fingir que o partido se preocupa com a população carente, até porque um novo poste petista está a caminho. Ministro da Saúde, Alexandre Padilha foi escolhido por Lula para disputar o governo paulista, que há muito o PT sonha em tomar de assalto.
Depois de defender, nas coxias do poder, a tese de que país desenvolvido é aquele cujos pobres têm um carro novo na garagem de casa, o PT agora quer penalizar os incautos que acreditaram nas bravatas de Lula. Isso está claro no ensaio que o prefeito Fernando Haddad faz para proibir que os táxis, apenas com passageiros, circulem pelas faixas destinadas aos ônibus. Como Haddad não é corajoso o suficiente para assumir a paternidade da ideia, a saída foi transferir o problema para alguém de fora do círculo petista.
Fosse pouco ter a maior e mais importante cidade brasileira sendo comandada por um incompetente conhecido, agora São Paulo terá de obedecer às ordens de um promotor de Justiça, que deu prazo para que a prefeitura de São Paulo proíba a circulação de táxis nos corredores de ônibus. O promotor Maurício Ribeiro Lopes, que já gastou os quinze minutos de fama a que tinha direito, chamou para si a decisão sobre quem pode transitar pelos corredores de ônibus, como se a municipalidade nada representasse e não tivesse leis.
Ribeiro Lopes, que ameaça processar a prefeitura e os taxistas, é o mesmo que defendeu o diálogo com os baderneiros que meses atrás destruíram a cidade de São Paulo. Ou seja, o promotor quer punir trabalhadores e proteger marginais de aluguel que se alimentam do vandalismo. O representante do MP alega que está a defender os interesses da população, que tem direito ao transporte público de qualidade. É importante lembrar a esse senhor que aumentar em apenas 4 quilômetros horários a velocidade dos ônibus não significa melhorar o transporte público.
Essa é uma operação orquestrada entre a banda comunista do MP e os radicais do Partido dos Trabalhadores, que querem os bônus de uma medida que atenda a porção de eleitores do partido, mas não quer assumir o ônus decorrente da insatisfação dos donos de automóveis, que de acordo com a Constituição Federal têm assegurado o direito de ir e vir.
Contudo, engana-se quem pensa que terminou a missa encomendada para tentar garantir a eleição de Alexandre Padilha. A tropa de choque de Fernando Haddad na Câmara Municipal paulistana chegou à conclusão que a tarifa de ônibus na cidade pode cair dos atuais R$ 3 para R$ 2,89. A redução de R$ 0,11 seria possível, segundo os amestrados de Haddad, a partir de mudanças na forma como se compra o combustível (diesel) para movimentar os ônibus. E a economia anual seria de R$ 197,8 milhões.
O grande e terno erro do PT é não combinar a farsa com antecedência. Para justificar o aumento do IPTU, que agora é objeto de disputa judicial, Fernando Haddad disse que a majoração serviria para manter, em 2014, a tarifa do ônibus nos atuais R$ 3.
O ucho.info nada tem contra a economia de recursos financeiros, mas a aludida diferença poderia ser usada na melhoria do transporte público, cuja qualidade deixa muito a desejar. Não será com medidas radicais e populistas que os donos de automóveis passarão a usar o transporte público em uma cidade caótica e que jamais soube o que é planejamento.
O que os paulistanos de bem não devem aceitar é que um prefeito frouxo e incompetente opere nos bastidores para que as ordens partidárias se materializem na esteira de imposições de um promotor de Justiça, que acredita ser o xerife da Pauliceia Desvairada.