Acusado de envolvimento no Mensalão Mineiro, Eduardo Azeredo alega mal-estar e adia discurso

eduardo_azeredo_05Fugindo da raia – Deputado federal pelo PSDB de Minas Gerais, o ex-governador Eduardo Azeredo cancelou o discurso que faria no plenário da Câmara na tarde desta terça-feira (11). Azeredo alegou indisposição e afirmou que discursará na próxima semana, ocasião em que se defenderá da acusação de participar do Mensalão Mineiro, esquema de desvio de dinheiro de empresas públicas mineiras, também operado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado no Mensalão do PT a mais de quarenta anos de prisão e recolhido no Compelxo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Na última sexta-feira (7), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requereu ao Supremo Tribunal Federal a condenação de Eduardo Azeredo a pena de 22 anos de prisão, além do pagamento de multa no valor de R$ 451 mil. O dinheiro desviado das empresas públicas de Minas Gerais teria financiado a campanha do tucano à reeleição.

No pedido encaminhado ao STF, que em breve o julgará o processo do Mensalão Mineiro, Janot destacou nas alegações finais que Azeredo incorreu nos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O parlamentar mineiro negou que existam provas contra ele.

Sentir-se mal é algo normal e passível de acometer qualquer ser humano, mas Eduardo Azeredo não pode fugir do compromisso de falar sobre o tema, assim como o PSDB não pode se calar diante da decisão de um integrante da legenda acusado de crimes graves, pois quando isso acontece com um adversário político em situação idêntica a intransigência fala mais alto.

Não se pode esquecer que o desrespeito à legislação não tem bandeira política e, a exemplo do que garante a sabedoria popular, o pau que bate em Chico também bate em Francisco.

A Justiça de Minas Gerais anunciou recentemente que o ex-vice-governador de Minas e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, também acusado de envolvimento no Mensalão Mineiro, foi beneficiado pela prescrição dos crimes por conta de ter completado 70 anos, situação que reduz pela metade o prazo prescricional.