Nicolás Maduro comete grave erro político ao prender líder da oposição

nicolas_maduro_14Pavio aceso – Destruída pelo viés burro e obtuso do bolivarianismo, movimento lançado pelo delinquente socialista Hugo Chávez, já falecido, a Venezuela jaz em meio às manifestações populares que tomam as ruas de Caracas e expõem ao mundo um país dividido em termos políticos. A esquerda latino-americana, ignorante e prepotente como sempre, ora mantém-se em silêncio diante das barbáries cometidas por Nicolás Maduro, cuja habilidade política é tão sólida e segura quanto um saltitante macaco solto em loja de cristais, ora fala em lufada de fascismo capitaneada pelos Estados Unidos.

Inábil em termos de governança e sem o carisma do ditador bandoleiro que o transformou em inquilino do Palácio de Miraflores, Maduro é um brutamontes que no máximo consegue conduzir um ônibus em linha reta, jamais um país desgovernado, com a economia destroçada e sob o manto de um regime de exceção cada vez mais arbitrário. Ao ordenar a prisão do líder da oposição, Leopoldo López, acusado de terrorismo e incitação à desordem, Maduro simplesmente jogou mais combustível na fogueira do descontentamento popular. E os manifestantes prometem permanecer nas ruas de Caracas por muito tempo, sem que uma solução para o impasse surja no horizonte

Inflexível e ainda valendo-se do fato de ter sido escolhido por Hugo Chávez para sucedê-lo no poder, Nicolás Maduro é vítima da conspiração orquestrada por seus supostos aliados, que contam com a ajuda da ditadura castrista. O governo de Havana não assimilou a redução da cornucópia chavista que jorrava na ilha caribenha e por isso opera nos bastidores contra Maduro, sem contar os muitos agentes cubanos que foram estrategicamente fincados na cúpula do governo da Venezuela.

As manifestações foram desenhadas nas coxias do poder para desestabilizar Nicolás Maduro, que tem como seus reais adversários alguns militares de altas patentes e que estão envolvidos com o tráfico internacional de drogas e com o contrabando de minérios O uso da força para conter os protestos, que já acumulam pelo menos cinco mortes, foi um equívoco do presidente venezuelano, que acredita ter o direito supremo de sufocar o crescente desejo de mudança que se alastra entre a população local.

Ainda é cedo para afirmar que Maduro deve ser ejetado do poder, até porque os bastidores da crise são muito mais complexos do que se imagina, mas não se deve descartar essa hipótese, que poderia se alastrar pela América do Sul como rastilho de pólvora. Buscar pontos de similaridade entre as crises venezuelana e brasileira é algo temerário, não por causa da essência dos movimentos, mas pelos objetivos. Na Venezuela os manifestantes querem uma mudança radical em termos econômicos, políticos e de liberdade, enquanto que no Brasil os baderneiros de aluguel têm metas opostas. No Brasil busca-se a instalação de um regime democrático e a estatização da economia, o que recrudesceria a crise econômica.

A crise institucional que se abate sobre a Venezuela era o sonho dos chavistas radicais que há muito discordam de Nicolás Maduro e da sua forma truculenta de governar, colocando a Venezuela não apenas no noticiário internacional, mas também e principalmente na alça de mira das grandes potências, que analisam a instabilidade venezuelana de acordo com seus próprios interesses.

A grande questão no furacão político que avança no território venezuelano é que a esquerda latino-americana, amedrontada diante dos eventuais desdobramentos do movimento, começa a transformar Nicolás Maduro em vítima, quando na verdade é o culpado maior pela situação. Os cidadãos de bem não podem aceitar esse tipo de chicana ideológica, pois por de trás do impasse que cresce na Venezuela está a democracia sul-americana, mesmo que combalida.