Crise econômica, Copa e eleições ameaçam planos do governo para levar adiante corte no orçamento

crise_economica_04Curto circuito – O corte no orçamento anunciado pelo governo de Dilma Rousseff é mais um embuste esculpido no Palácio do Planalto. Isso porque a crise econômica e a falta de investimentos em infraestrutura dificultarão o cumprimento do superávit primário, esforço que o Estado, como um todo faz para pagar o juro da dívida pública, evitando que a mesma aumente.

Além de pagar taxa de juro de 17% na rolagem da dívida, o governo federal não contará neste ano com recursos extras que ajudaram no cumprimento do superávit primário, como os R$ 15 bilhões referentes ao leilão do pré-sal. Fora isso, a crise energética, decorrente da falta de chuva, tem obrigado o setor a produzir energia através das usinas termelétricas, poluentes e mais caras.

Se o governo não bancar a conta sozinho, ressarcindo as geradoras, o consumidor terá de arcar com a diferença, o que deve fazer com que a tarifa de energia elétrica suba mais de 10%. E por consequência a inflação dispara.

Além desses fatores, a Copa do Mundo e as eleições de outubro obrigarão o governo a abrir os cofres. No caso da Copa, o atraso nas obras fará com que os preços das obras destinadas ao evento consumam mais dinheiro do que o planejado. Em relação às eleições, esse período sempre é marcado pela gastança por parte dos governantes, que precisam mostrar aos eleitores, em poucos meses, aquilo que não fizeram em quase quatro anos. E isso também consome dinheiro público com direito a doses extras.

A decisão de anunciar um corte no orçamento, dentro de um patamar passível de ser cumprido, foi a estratégia que o governo do PT encontrou para evitar que as agências de classificação de risco reduzissem a nota do Brasil, o que afugentaria os investidores.

A ideia, com o corte no orçamento, é fazer com que os investidores retomem o interesse pelo Brasil, o que já começa a acontecer por conta da alta das taxas de juro. Contudo, manter o juro em níveis elevados significa comprometer o consumo, que em queda provoca declínio na arrecadação tributária e pode gerar desemprego. Além disso, aumenta automaticamente a dívida pública.

Fato é que à base do populismo barato o PT conseguiu, em pouco mais de uma década, aniquilar a economia nacional. Quando analisado de forma macro, o estrago deixa claro que vencer os efeitos colaterais da lambança petista exigirá dos brasileiros de bem pelo menos cinquenta anos de esforço continuado. Como disse certa vez um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.