Sem desculpa – Um tribunal distrital de Tel Aviv condenou nesta terça-feira (13) o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert a seis anos de prisão por envolvimento em escândalo de corrupção ligado ao setor imobiliário em Jerusalém. Olmert também foi condenado a pagar uma multa de 1 milhão de shekels (cerca de US$ 290 mil).
“Olmert abusou de sua posição de alto cargo em defesa dos próprios interesses e recebeu grandes somas de dinheiro”, afirmou o juiz David Rosen ao ler a sentença.
Há seis semanas, Ehud Olmert, de 68 anos, havia sido declarado culpado de suborno, crime cometido quando exerceu o cargo de prefeito de Jerusalém (1993-2003) e, mais tarde, de ministro da Indústria e Comércio (2003-2006).
O caso se refere a dois subornos indiretos, que o juiz considerou provados. Num deles, cerca de 500 mil shekels (US$ 140 mil) teriam sido pagos ao irmão de Olmert por um empresário. No outro, 60 mil shekels (US$ 17 mil) teriam sido pagos a assistentes de Olmert.
Olmert negou as acusações e afirmou que nunca recebeu propina. Ele disse que vai recorrer da decisão e da sentença, apelando à Suprema Corte.
O processo do caso de corrupção mais grave e complexo da história de Israel durou mais de dois anos. Esta é a primeira vez que um ex-chefe de governo é condenado à prisão em Israel. Um ex-presidente do país, Moshe Katzav, foi condenado em 2011 a sete anos de prisão por crimes sexuais.
O polêmico processo está relacionado ao megacomplexo residencial Holyland, um ambicioso e multimilionário projeto no sul de Jerusalém, que teria sido construído à custa de propinas pagas pelos construtores aos responsáveis municipais, incluindo Olmert.
O caso, que, nos últimos anos, tem sido lembrado em todas as tentativas do ex-primeiro-ministro de regressar à política, tomou um rumo inesperado em março. Shula Zaken, que exerceu o cargo de secretária pessoal de Olmert nos anos 90 e é uma das acusadas no processo, decidiu acusar o antigo chefe em troca de um acordo com o Ministério Público, o qual lhe garantiu apenas 11 meses de cadeia.
Com esse acordo, Zaken decidiu entregar gravações que fez às escondidas e que, segundo ela, implicam Olmert no caso de corrupção. O antigo líder do partido Kadima ganhou as eleições em 2006, mas foi forçado a demitir-se em 2009 face a acusações de corrupção em vários casos. (Com agências internacionais)