Colômbia: reeleição de Santos reflete polarização do país em relação às FARC

juanmanuel_santos_03Ver para crer – Com quase 51% dos votos válidos, Juan Manuel Santos foi reeleito no domingo (15), no segundo turno da eleição presidencial na Colômbia. Candidato da coalizão de centro-direita Unidade Nacional, Santos, que conquistou a vitória com diferença inferior a 1 milhão de votos, derrotou o opositor Óscar Iván Zuluaga, ex-ministro da Fazenda e que contava como apoio do antecessor Álvaro Uribe.

Como o voto não é obrigatório na Colômbia, menos da metade do eleitorado compareceu às urnas, cenário antecipado por enquetes dias antes da entrada em vigor de uma regra que proíbe a divulgação de pesquisas de intenção de voto.

Enquanto Santos centrou sua campanha na continuidade do diálogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Columbia (Farc), em Cuba, Zuluaga propôs agir com pulso firme contra os rebeldes, redobrando a ofensiva militar para superar o conflito que deixou aproximadamente 220 mil mortos e milhões de desalojados ao longo de meio século de ação terrorista. Poucos dias antes das eleições, Santos também havia anunciado o início de mais negociações de paz com o grupo rebelde Exército de Liberação Nacional (ELN).

O presidente reeleito, que governa desde 2010, celebrou a vitória afirmando que, com a renovação de seu mandato, a paz ganhou. “A exigência (de alcançar a paz) não é somente para o governo, a mensagem de hoje também é para as Farc e para o ELN. É claro que este é o objetivo final e há de se chegar a ele com seriedade e decisão, este é o fim de mais de 50 anos de violência no nosso país e o começo de uma nova Colômbia.” Santos reconheceu, porém, que não será fácil concluir as negociações.

As dúvidas de muitos colombianos sobre a disposição da guerrilha para deixar as armas – o que levou Zuluaga a ganhar o primeiro turno – serão um desafio para o segundo mandato de Santos, que começa em 7 de agosto. “A luta continua”, disse Zuluaga após felicitar o rival pela vitória. “Lutaremos para que todas as promessas que fizemos sejam realidade para todos os colombianos.”

Apesar de participaram de negociações há mais de um ano e meio, as Farc seguem combatendo nas selvas e montanhas da Colômbia. Até agora, as partes envolvidas só chegaram a acordos parciais para garantir o acesso à terra para os camponeses pobres, permitir que a guerrilha se transforme num partido político sem armas e combater o narcotráfico. (Com agências internacionais)

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