Pente fino – Na próxima quarta-feira (18), a CPMI da Petrobras receberá requerimento de quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático da esposa, filhas e genros de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que se encontra preso em Curitiba por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que preside o processo decorrente da Operação Lava-Jato.
O requerimento será apresentado pelo deputado federal Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, para quem novas informações baseadas em investigações da Polícia Federal apontam para ampla participação de toda a família de Costa em esquemas fraudulentos envolvendo a petroleira brasileira. Bueno afirmou que os dados contribuirão para desvendar os esquemas montados por Costa, assim como a sua rede de influência na empresa.
O parlamentar lembrou que não é a primeira vez que surgem suspeitas relacionadas ao envolvimento da família do ex-diretor no esquema montado na Petrobras. O deputado adiantou que o partido já elaborou requerimentos pedindo a quebra dos sigilos das filhas de Costa e que agora também solicitará dos genros e da esposa do acusado.
“É imperativo a quebra dos sigilos dos parentes de Paulo Roberto Costa. A cada dia que passa surge mais e mais denúncias contra ele envolvendo esquemas milionários fraudulentos tendo como alvo os cofres da Petrobras, patrimônio do povo brasileiro. Precisamos descobrir o alcance da corrupção montada por ele dentro da empresa. Por esse motivo vou cobrar na CPI Mista a aprovação desses pedidos para que possamos investigar profundamente mais essa sujeira na Petrobras”, disse
De acordo com reportagem publicada pela revista Época, investigação da PF aponta que entre 2007 e 2009 vários acordos lucrativos foram feitos entre Arianna Bachmann, uma das filhas de Costa, e empreiteiras que venciam licitações da Petrobras em áreas comandadas pelo ex-diretor. Arianna representaria empresas de mobiliário que vendiam milhões a consórcios formados pelos grupos ligados a Paulo Roberto. Ainda segundo a reportagem, o esquema envolvia todos os seus parentes, com hierarquia e funções bem definidas entre eles.
Justiça libera documentos para CPI
Bueno elogiou a decisão do juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, de compartilhar os documentos da Operação Lava-Jato da PF com a CPI e CPMI que investigam a Petrobras no Congresso. No despacho, o magistrado teria dito que as investigações policiais seriam úteis para os trabalhos realizados pelas comissões e que não via empecilho para a troca de informações.
“O juiz compreendeu a necessidade autorizar a liberação dos documentos. Eles serão importantes para o nosso trabalho, que o PT tenta a todo custo impedir. A documentação tem potencial de nortear o trabalho sério que pretendemos fazer na CPI Mista. O país precisa de respostas e nós do PPS nos esforçaremos para dá-las”, defendeu.
