Rolo compressor – Os países membros da União Europeia confirmaram nesta sexta-feira (27) a indicação do ex-premiê de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, como candidato à sucessão de José Manuel Durão Barroso à liderança da Comissão Europeia.
A indicação foi tema central do encontro da cúpula da UE em Bruxelas. A votação no Parlamento Europeu, que confirmará ou não o político conservador como novo presidente da Comissão, está marcada para 16 de julho.
Juncker precisará de, no mínimo, 376 dos 751 votos parlamentares, mas sua eleição é dada como certa por ser o nome favorito do maior grupo parlamentar. Além de o seu grupo, o conservador Partido Popular Europeu (PPE), ser o mais forte no órgão legislativo europeu, os social-democratas também já sinalizaram apoio.
Ocupada pelo português Durão Barroso desde 2004, a presidência da Comissão Europeia é um dos principais cargos da UE, com mandato de cinco anos.
Dois contra 26
A decisão dos representantes dos 28 Estados-membros da União Europeia reunidos em Bruxelas não foi unânime. O chefe de governo britânico, David Cameron, permaneceu intransigente em relação à indicação de Juncker. Ele acusa o luxemburguês de não possuir as habilidades e a vontade necessárias para promover reformas no bloco.
Ao chegar para a reunião da cúpula, Cameron afirmou que Juncker era o homem errado para o trabalho, e que os líderes da UE estavam cometendo um erro que teria consequências – sem especificar quais elas seriam.
“Há momentos em que é importante se ater aos princípios e convicções – mesmo que as chances estejam fortemente contra você – ao invés de participar de algo que se considera muito errado. E hoje é um desses dias”, disse o premiê britânico.
A disputa em torno da escolha do novo presidente da Comissão Europeia é o maior embate público e pessoal da União Europeia. Apesar da oposição aberta de Cameron, o Reino Unido só conseguiu manter um dos 27 membros da UE como seu aliado: a Hungria. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, comentou: “Não apoio essa decisão”, e também votou contra Juncker. (Com agências internacionais)