Banco dos BRICS repete o ufanismo da Unasul e serve para fustigar a Casa Branca

(Marcelo Camargo - ABr)
(Marcelo Camargo – ABr)
Parafusos soltos – A ideia de criar um banco vinculado aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) partiu da presidente Dilma Vana Rousseff, que por questões ideológicas insiste em se contrapor à maior economia do planeta, a dos Estados Unidos, como forma de agradar os facinorosos ditadores cubanos, os irmãos Fidel e Raúl Castro. Enquanto Dilma tenta fazer sombra à Casa Branca, a economia brasileira continua cambaleando à beira do precipício da crise, sem muitas possibilidades de se evitar a queda.

O discurso de Dilma após a criação oficial do Banco dos BRICS foi de contraposição ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, como se ambas as instituições estivessem preocupadas com as declarações da mandatária verde-loura. Disse Dilma que o FMI não mais representa a maioria do G-20, grupo que congrega as vinte maiores economias do planeta. Esse papo furado – ou conversa para boi dormir – em nada ajuda o Brasil a melhorar sua situação no cenário internacional, que ao longo da última década foi corroída pela obtusa ideologia esquerdista que sopra na América Latina.

Imaginar que uma instituição financeira voltada para o desenvolvimento de nações pode fazer sombra ao FMI ao Banco Mundial com US$ 50 bilhões em caixa é no mínimo um ato de irresponsabilidade. O capital autorizado do banco BRICS é de US$ 100 bilhões, mas o aporte inicial é de 50% desse valor. Como o objetivo da operação é fomentar a disputa político-ideológica com os Estados Unidos, não se deve descartar um empréstimo emergencial da nova instituição para a Argentina, cuja economia enfrenta uma grave corrosão, enquanto o país afunda ainda mais por conta de eventual moratória.

Fora isso, a criação do tal banco serve para socorrer politicamente o presidente Vladimir Putin, da Rússia, que no cenário internacional vem perdendo espaço por causa da queda de braços que patrocinou com a Ucrânia, situação que se agravou com a ditatorial anexação da Criméia. A Rússia deve experimentar problemas econômicos em virtude das muitas sanções impostas ao país pela comunidade internacional, principalmente pela União Europeia e os Estados Unidos.

Repetindo o erro da Unasul

Dilma Rousseff, o russo Vladimir Putin, o chinês Xi Jinping, o indiano Narendra Modi e o sul-africano Jacob Zuma querem posar como os salvadores do universo, mas dificilmente a parcela responsável da população planetária embarcará nessa canoa furada, que serve apenas para fustigar a Casa Branca, como já mencionamos.

Para que o leitor compreenda a quase certa inocuidade desse tal banco, pelo menos por enquanto, a Copa do Mundo custou ao Brasil a bagatela de R$ 35 bilhões, ou seja, pouco mais de 30% do aporte inicial previsto para que a instituição passe a funcionar. Em outra linha de comparação, a arrecadação da CPMF no ano em que foi extinta girava na casa de R$ 40 bilhões. E esses utópicos dos BRICS querem fazer graça mundo afora com R$ 110 bilhões.

Para provar que essa ação tem pouca chance de prosperar basta voltar no tempo e conferir o erro cometido pelos países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Em 9 de dezembro de 2007, em Buenos Aires, os presidentes Néstor Kirchner (Argentina), Luiz Inácio da Silva (Brasil), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Nicanor Duarte (Paraguai) e Hugo Chávez (Venezuela) assinaram a ata de criação do Banco do Sul (Banco del Sur, em espanhol), idealizado pelo então caudilho venezuelano para emprestar dinheiro a países da América Latina e igualmente fazer frente ao FMI e ao Banco Mundial. Não é preciso nenhum esforço do raciocínio para conferir a eficácia da invencionice de Chávez.

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