Requião ataca Marina Silva e bajula o PT de Dilma para tentar abocanhar os votos de Gleisi Hoffmann

roberto_requiao_27Guerra de interesses – O cenário eleitoral do Paraná começa a sair da cortina de fumaça. No caso de ocorrer segundo turno (de acordo com o Ibope, o tucano Beto Richa, que soma 43% das intenções de voto, pode vencer no primeiro turno), a disputa será travada com o senador Roberto Requião (PMDB), que tem 26% da preferência do eleitorado paranaense. A petista Gleisi Hoffmann (14%) já é considerada carta fora do baralho, mantra que vem sendo repetido até mesmo dentro do próprio PT.

Se chegar ao segundo turno, Requião, que na seara da rejeição puxa a fila com 30%, avalia que só sairá vitorioso se herdar os votos de Gleisi. Para atingir tal objetivo, o descontrolado senador decidiu fazer campanha para a petista Dilma Rousseff e atacar pesadamente Marina Silva, candidata do PSB que está aterrorizando petistas e tucanos.

“Para que votar na Marina? Para entregar tudo ao Itaú?”, perguntou durante uma entrevista à ÓTV (subsidiária da RPC TV, repetidora local da Rede Globo). A provocação de Requião é uma referência ao fato de Marina ter entre seus coordenadores de campanha a pedagoga Neca Setúbal, filha do finado banqueiro Olavo Setúbal e uma das herdeiras do Banco Itaú.

Requião dedicou boa parte da entrevista, concedida na terça-feira (26), às críticas contra Marina e aos afagos ao PT e à presidente Dilma Rousseff. Disse que votará em Dilma porque Marina defende a autonomia do Banco Central. Em mais um de seus falsos delírios esquerdistas, o senador peemedebista afirmou que quem manda no Banco Central automaticamente manda no País. O candidato do PMD ao Palácio Iguaçu disse também que a proposta de dar autonomia ao BC – defendida por Marina – representaria abrir mão do comando do País para atender aos interesses de um banco privado.

Enquanto exercita seu conhecido estilo corrosivo, o senador enfrenta dificuldades junto ao eleitorado, pois tornam-se cada vez mais conhecidas as medidas que tomou e que contrariam seu discurso. As afirmações, feitas em outra entrevista, de que “jamais votou contra os empréstimos do Paraná, viraram piada na internet ou foram criticadas na imprensa.

Também está ganhando terreno a informação de que, mesmo dizendo ser “inimigo de morte” do pedágio, Requião abriu mão de uma duplicação bilionária de rodovia (a BR-277, em 2004), que beneficiou a Ecocataratas. A empresa pertence ao seu candidato ao Senado, Marcelo Almeida (PMDB), que, por sinal, também é, como Neca Setubal, herdeiro de um poderoso grupo econômico, a CR Almeida, criada por Cecílio do Rêgo Almeida.

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