Gilberto Carvalho mostra-se pífio e insensato ao tentar minimizar os estragos provocados por delação

gilberto_carvalho_13Piada palaciana – É no mínimo ridícula a declaração de Gilberto Carvalho sobre os desdobramentos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Escalado pelo governo do PT para tratar das primeiras informações da delação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que está preso em Curitiba, Carvalho, secretário-geral da Presidência, disse que o vazamento de informações é uma tentativa de desviar a rota do processo eleitoral. Ou seja, Gilberto Carvalho mais uma vez busca culpar a oposição pelos crimes cometidos por seu próprio partido, o PT, ou com a expressa anuência do Palácio do Planalto.

Que Gilberto Carvalho, falando em nome do governo, tentaria desqualificar as informações todos sabiam, mas ele não pode negar a veracidade das informações prestadas pelo ex-diretor da Petrobras. Até porque, Paulo Roberto Costa afirmou aos promotores e delegados federais que despachava quase que diariamente com o então presidente Luiz Inácio da Silva, hoje um bem sucedido lobista de empreiteira.

No momento em que um presidente da República despacha com frequência com o diretor de uma estatal, no caso a Petrobras, é porque algo estranho há por trás desses constantes encontros palacianos. Como revelou o ucho.info ainda em 2009, quando denunciou o esquema comandado por Alberto Youssef e pelo finado José Janene (PP-PR), o que permitiu a deflagração da Operação Lava-Jato, o Mensalão do PT estava fadado a se transformar em um crime menor, dado à ousadia e o volume de dinheiro movimento pela quadrilha que entre tantas transgressões sangrou os cofres da Petrobras.

Negar os fatos é um direito de qualquer criminoso, até porque a Constituição Federal garante desobriga o cidadão de produzir provas contra si, mas se Gilberto Carvalho deseja tapar o sol com a peneira, que o faça de maneira mais convincente, pois até agora suas declarações não convenceram nem mesmo pessoas próximas, inclusive companheiros de legenda. Não se pode esquecer que à época dos costumeiros encontros entre Lula e o ex-dirigente da Petrobras, Carvalho ocupava o cargo de secretário particular da Presidência. Ou seja, ele tinha conhecimento de todos os detalhes da agenda de Lula, que usou o dinheiro oriundo de contratos superfaturados para custear a base de apoio no Congresso Nacional.

Por outro lado, mesmo que o governo insista em desqualificar as primeiras informações da delação premiada que vazaram à imprensa, não há como negar que é grande o estrago provocado na campanha de Dilma Vana Rousseff, que com dificuldades crescentes busca a reeleição. Diz a sabedoria popular que quem cala consente, mas o secretário da Presidência perdeu uma grande oportunidade de ficar calado, pois qualquer explicação a essa altura dos acontecimentos será devastadora no âmbito das reticências da Operação Lava-Jato, que a exemplo do que temos afirmado está nos primeiros capítulos.

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