Condenação de Gaievski derruba intenção de voto de Gleisi, que lidera rejeição no PR

gleisi_hoffmann_21Descendo a ladeira – A condenação de Eduardo Gaievski, o pedófilo que Gleisi Hoffmann levou para a Casa Civil (para comandar, até ser preso em 2013, as políticas do governo federal para crianças e adolescentes, o combate ao crack e o programa “Mais Médicos”), caiu como uma bomba sobre a campanha da petista que disputa o governo do Paraná.

Gleisi, que já ocupava o terceiro lugar na corrida ao Palácio Iguaçu, despencou mais dois pontos (tem 12% das intenções de voto, de acordo com a mais recente pesquisa Ibope, divulgada na noite da última sexta-feira, 19). A petista também assumiu a liderança na seara da rejeição, com 24%. Com o escândalo de Gaievski no colo, a senadora paranaense conseguiu ultrapassar em rejeição até mesmo destemperado Roberto Requião, personagem notoriamente polêmico que provoca sentimentos fortes de aversão em parcelas grandes do eleitorado.

A candidatura da petista Gleisi ao governo do Paraná apresentou problemas desde o início da campanha. Começou sentindo o efeito da rejeição à administração desastrosa de Dilma Rousseff, da qual participou como ministra-chefe da Casa Civil, e na sequência experimentou o repúdio da população à corrupção petista que enquistou-se na máquina federal no rastro da metástase do desmando. Gleisi vinha ocupando um distante terceiro lugar em uma disputa que contrapõe o tucano Beto Richa, que não é governante dos sonhos, e o senador Roberto (PMDB), um descontrolado que é dependente de benesses financiadas pelo dinheiro público. Contudo, a nova pesquisa Ibope sugere que Gleisi pode terminar a eleição embolada com os chamados “candidatos nanicos”.

A condenação de Gaievski pelo primeiro caso de estupro de que foi acusado (responde por quarenta crimes sexuais, entre eles 28 estupros de menores, quatorze cometidos contra vulneráveis, menores de 14 anos) representou uma espécie de “pá de cal” em uma campanha que jamais decolou. Gleisi Hoffmann não deu sinais de crescimento apesar de todo o esforço do Palácio do Planalto e da fartura de recursos exibida pela campanha do PT. A candidatura de Gleisi foi “lançada” para o governo quatro vezes, com festas apoteóticas, caríssimas, com a presença de Lula e de Dilma, prestigiadas por todas as lideranças expressivas do Partido dos Trabalhadores.

O peso da rejeição ao PT, os seguidos malogros econômicos e a avalanche de corrupção arremessaram o esforço partidário na vala do fracasso. Fora isso, a primeira condenação de Gaievski, faltando menos de vinte dias para a eleição, atingiu Gleisi em cheio. A petista passou a fugir de entrevistas com medo de ter de explicar sua relação com o pedófilo e, além disso, como um cidadão investigado durante mais de dois anos pelo Ministério Público e com uma folha corrida de crimes sexuais conseguiu ser indicado para trabalhar dentro do Palácio do Planalto, a poucos metros da presidente Dilma Rousseff.

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