Em discurso na ONU, Barack Obama pede apoio à luta contra o extremismo

barack_obama_87Alerta geral – Em seu discurso na 69ª Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (24) que o mundo está numa “encruzilhada entre guerra e paz” e precisa se unir contra os principais desafios globais. O líder americano citou problemas como o terrorismo no Iraque e na Síria, a agressão da Rússia à Europa e a epidemia do vírus do ebola na África Ocidental.

“Podemos renovar o sistema internacional que permitiu tanto progresso, ou nos permitir sermos puxados para trás por uma onda de instabilidades”, disse Obama diante de representantes dos 193 países-membros da ONU. “Podemos reafirmar nossa responsabilidade coletiva para confrontar problemas mundiais ou nos deixar tomar por mais e mais focos de instabilidade”.

O presidente usou a palavra “câncer” para se referir ao “violento extremismo que vem devastando muitas partes do mundo muçulmano”. “Os Estados Unidos vão trabalhar com uma ampla coalizão para desmantelar esta rede da morte. A única linguagem compreendida por assassinos como esses é a linguagem da força”, afirmou. “Hoje peço ao mundo para se juntar a nós nesta missão”.

Obama prometeu manter a pressão militar sobre os militantes do Estado Islâmico (EI) e pediu para aqueles que se juntaram aos extremistas no Iraque a na Síria que deixem o campo de batalha enquanto ainda podem. Ele reforçou sua mensagem de discursos anteriores afirmando que o EI precisa ser destruído e que os terroristas não terão refúgio seguro.

O presidente reforçou também a mensagem de que os EUA não estão em guerra contra o Islã, porque o Islã propaga a paz e pediu às comunidades muçulmanas que rejeitem a ideologia violenta da Al-Qaeda e do Estado Islâmico.

Além disso, Obama criticou o fato de muitas crianças ao redor do mundo serem confrontadas e educadas com doutrinas raciais e religiosas que menosprezam a pluralidade. O presidente reconheceu, porém, que os EUA também têm as suas próprias tensões raciais étnicas, citando a recente morte do jovem negro Michael Brown, em Ferguson, no Missouri.

“Sim, temos nossas próprias tensões raciais e étnicas. E como todos os outros países, debatemos continuamente como conciliar as vastas mudanças provocadas pela globalização e a maior diversidade com as tradições que temos aqui”, disse.

Rússia desafia a ordem mundial

Obama voltou adotar um tom incisivo ao falar da Rússia. O presidente americano classificou os atos russos na Crimeia e no leste ucraniano como agressões à Europa, que desafiam a ordem mundial.

“A agressão da Rússia remete aos dias em que grandes nações pisoteavam as pequenas em busca de território”, criticou. “Esta é uma visão de mundo em que as fronteiras de uma nação podem ser redesenhadas por outra e pessoas civilizadas não estão autorizadas a recuperar os restos mortais de seus entes queridos por causa da verdade que pode ser revelada”, disse, em referência às vítimas do voo MH17.

O presidente acrescentou ainda que o recente acordo de cessar-fogo na Ucrânia abriu caminho em direção à diplomacia e à paz. “Se a Rússia seguir este caminho – um caminho que, após a Guerra Fria, resultou em prosperidade para o povo russo –, então, vamos aliviar as sanções e saudar o papel da Rússia na resolução de desafios globais”, prometeu Obama.

Combate ao ebola

Obama também pediu a outros países que adotem um compromisso concreto na luta contra o vírus do ebola, que está devastando a África Ocidental. Os EUA já enviaram centenas de médicos e cientistas para conter o surto, apoiados por um contingente militar.

“Precisamos de um esforço mais amplo para conter esta doença que pode matar centenas de milhares de pessoas, desestabilizar economias e se mover rapidamente através das fronteiras”, alertou.

Resolução contra jihadistas

Ainda nesta quarta-feira, Obama presidiu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em que foi aprovada uma resolução para conter o fluxo de jihadistas estrangeiros para o Iraque e a Síria.

A resolução, adotada por unanimidade, determina que todos os 193 países-membros da ONU adotem leis que considerem a adesão de seus cidadãos a grupos jihadistas, como o EI, um crime grave. O objetivo é “prevenir e suprimir” o recrutamento e a viagem de militantes para conflitos no exterior. (Com agências internacionais)

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