Lava-Jato: documentos aprendidos pela PF contêm referências a doações e políticos conhecidos

algemas_11Ataque de nervos – A etapa mais esperada da Operação Lava-Jato deve acontecer depois do recesso do Judiciário, com a divulgação dos nomes dos políticos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história brasileira, apenas no âmbito da Petrobras. Como noticiou o UCHO.INFO, perto de sessenta parlamentares e autoridades foram acusados de participação no carrossel de corrupção que funcionava em algumas diretorias da estatal com a conivência expressa do Palácio do Planalto.

A exemplo do que divulgou a imprensa nacional, os principais partidos beneficiados pelo desvio de dinheiro da petrolífera são PT, PMDB e PP, mas outras legendas também receberam recursos do esquema criminoso.

Durante a Operação Juízo Final, sétima etapa da Lava-Jato, quando foram presos executivos das maiores empreiteiras do País, a Polícia Federal apreendeu na sede da Queiroz Galvão e da Engevix anotações com nomes de políticos que receberam dinheiro do cartel. Em um dos documentos encontrados pela PF há referências a políticos conhecidos, como Padilha (Alexandre Padilha – PT), Lindinho (supostamente Lindbergh Farias – PT), Picciani (possivelmente Leonardo Picciani – PMDB), Pé Grande (Pezão, governador reeleito do Rio de Janeiro – PMDB), R. Jucá (suspeita-se de Rodrigo Jucá, filho do senador Romero Jucá).

Em outro documento apreendido aparecem nomes de conhecidos petistas, como Maria do Rosário (deputada e ex-ministra dos Direitos Humanos), Bittar, Jilmar Tatto (secretário municipal de Transportes de São), além de Milton Leite (PMDB), Rodrigo Garcia (DEM) e Police Neto (PSD).

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Suspeita-se que os dois documentos referem-se a pagamentos de propina feitos aos políticos citados, pois na lista, ao lado dos nomes, há valores. No documento, “Pé Grande” aparece ao lado de “2000”, que supõe-se ser R$ 2 milhões. Na mesma lista, as letras SC estão acompanhadas de “8140”. No caso de “Padilha”, o número que faz par à inscrição é “750,00”.

As autoridades que integram a força-tarefa da Lava-Jato ainda não se pronunciaram sobre o capítulo dedicado aos políticos, pois a legislação determina que nesse caso específico a competência é do Supremo Tribunal Federal, por causa da prerrogativa de foro privilegiado a que têm direito os parlamentares (deputados federais e senadores). Em relação aos políticos que não exercem mandatos eletivos, o juiz Sérgio Moro poderá se pronunciar a respeito. É o caso do ex-governador que é citado em uma das listas com as iniciais “SC”. Há também no documento duas menções que chamam a atenção: “2100 – PMDB Nacional” e “1.000 – PR Nacional”.

No furacão em que promete se transformar a denúncia contra os políticos do Petrolão será também alvejado o Partido Progressista, até porque o esquema criminoso que foi a base da Lava-Jato começou com o finado José Janene, um dos próceres do PP e que nos últimos anos de vida ficou conhecido como o “Xeique do Mensalão”.

Janene operava o sistema financeiro do Petrolão, juntamente com seu amigo de fé e irmão camarada, o compadre e doleiro Alberto Youssef. Foi a partir da lambança comandada por Janene e sua turba que o editor do UCHO.INFO e o empresário Hermes Magnus levaram as primeiras denúncias sobre o caso à Procuradoria da República em São Paulo, que repassou aos procuradores federais do Paraná.

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