CPMI da Petrobras: relatório oficial admite corrupção na estatal, mas não pede investigações

onyx_lorenzoni_10Faz de conta – Membro da CPMI da Petrobras, o deputado federal Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) criticou o relatório final aprovado pela comissão na manhã desta quinta-feira (18). O governo tentou esvaziar a sessão para que a CPMI ficasse inconclusa, mas após pressão dos oposicionistas e da imprensa a sessão foi aberta e o documento elaborado pelo relator Marco Maia (PT-RS) acabou sendo votado.

“O relator foi atropelado pelos fatos e teve que acrescentar em seu relatório as constatações de irregularidades na compra de Pasadena e na relação com a SBM Offshore, o que constrangeu o Palácio do Planalto. Apesar disso, o documento não indica qualquer investigação. Por isso fui contra sua aprovação”, explicou Onyx que apresentou voto em separado.

Para o democrata, todo o trabalho realizado pela comissão, como as oitivas e as quebras de sigilo, deve servir de base para uma nova CPMI a ser instalada na próxima legislatura. Já o relatório paralelo elaborado pela oposição deve ser protocolado no Ministério Público para que ajude nas investigações pelo órgão.

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“Hoje o governo supera a oposição na proporção de 4 para 1. A partir de 2015 na nova CPMI será de 3 a 2. Teremos muito mais formas de equilibrar os trabalhos e conseguir avançar nas investigações sobre, não só a Petrobras, mas todas as irregularidades do governo que foram reveladas aqui nessa comissão pelo senhor Paulo Roberto Costa”, declarou.

Foster: olho da rua

Em seu voto, Onyx Lorenzoni reforça o pedido de afastamento de toda a diretoria e o indiciamento da atual presidente da empresa, Maria das Graças Foster. De acordo com o parlamentar, o acúmulo de funções de Presidência e Diretoria Internacional só serve a um intuito. O de apagar provas do maior escândalo de corrupção da história verde-loura.

“Graça Foster acumula funções para tentar apagar as impressões digitais de corrupção nos negócios internacionais da estatal. Ainda falta investigar as operações da Petrobras na África e o aprofundamento dos negócios da empresa na Argentina”, afirmou Onyx.

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