Farc anunciam cessar-fogo unilateral por tempo indeterminado

farc_05Bandeira branca – As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram um cessar-fogo unilateral por tempo indefinido. O anúncio foi feito na capital cubana, Havana, e publicado na conta do Twitter da guerrilha nesta quinta-feira (18). As Farc asseguraram que só vão fazer uso de armas em caso de ataque do Exército colombiano.

No comunicado, a guerrilha explicou querer “acabar com o derramamento desnecessário de sangue e reconciliar o país”. O anúncio do cessar-fogo veio horas depois da histórica declaração de retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba – que foi bastante comemorada e elogiada pelos integrantes da delegação de paz das Farc (vídeo abaixo).

O anúncio – pelo terceiro ano consecutivo os rebeldes esquerdistas declaram um cessar-fogo na época natalina – também foi motivado pelas recentes negociações de paz, retomadas com o governo da Colômbia, após a captura de um general do exército, em 16 de novembro, solto duas semanas depois.

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Desde 2012 representantes da guerrilha e do governo colombiano realizam conversações em Havana para solucionar o conflito. Há 50 anos uma guerra civil assola a Colômbia e já matou mais de 220.000 pessoas. As negociações conseguiram, até então, acordos sobre a reforma agrária, a luta contra o tráfico de drogas – que tem alimentado o conflito – e sobre a participação política de guerrilheiros. Com cerca de 8 mil combatentes, as Farc são o maior grupo rebelde ativo no país.

Repetidamente os rebeldes apelaram por um cessar-fogo bilateral como parte do processo de paz. Mas o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que fez das negociações de paz o seu principal objetivo político, recusou o pedido, alegando que os guerrilheiros poderiam tirar proveito de uma trégua para se reagrupar e reestruturar.

No entanto, o anúncio unilateral das Farc coloca nova pressão sobre o governo colombiano, opinou o cientista político Jorge Restrepo, chefe do Centro de Recursos de Análise de Conflitos na Colômbia (Cerac). “Isso obriga o governo a responder a este gesto de uma forma ou de outra”, afirmou. (Com agências internacionais)

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