Polícia fecha o cerco contra terroristas do atentado a jornal satírico em Paris

(Pascal Rossignol - Reuters)
(Pascal Rossignol – Reuters)
Sem saída – A polícia francesa aperta o cerco, nesta sexta-feira (9), contra os dois suspeitos do massacre no jornal Charlie Hebdo que deixou 12 mortos na última quarta-feira, em Paris. De acordo com a rádio francesa RTL, pelo menos uma pessoa teria morrido e vinte teriam ficado feridas na operação, mas a Justiça desmentiu a informação.

Confirmada nas primeiras horas da manhã pelo ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, a operação acontece nas proximidades da cidade de Dammartin-en-Goële, na região de Seine et Marne, a cerca de meia hora do local onde os irmãos Kouachi estavam sendo procurados desde ontem, depois da fuga que começou após o atentado terrorista.

Os suspeitos estariam entrincheirados e há pelo menos um refém. Cinco helicópteros estão sobrevoando a zona industrial perto da cidade, cujo acesso foi fechado pela polícia. Centenas de policiais estão no local e uma barragem também foi colocada na entrada da estrada A2, que dá acesso ao complexo industrial.

As buscas se concentram em uma extensa região no norte da França, onde Chérif Kouachi, de 34 anos e seu irmão Said, de 32, teriam se refugiado. Eles foram identificados durante uma parada em um posto de gasolina a 80 quilômetros a nordeste de Paris. Imagens de uma câmera de vídeo gravadas quando eles roubavam mantimentos mostram os rostos dos suspeitos, armados de uma metralhadora Kalachnikov e de um fuzil. Eles ainda têm um lança-foguetes dentro do carro.

Durante a fuga, eles também roubaram um veículo Peugeot 206 em Montagny Sainte-Felicité de uma mulher que reconheceu os suspeitos. A operação continuou durante a noite em uma extensa área rural e de florestas onde foi decretado estado de alerta máximo. Homens de unidades de elite da polícia francesa fazem as buscas, sendo que 88 mil policiais estão mobilizados nesta enorme caçada. Nove pessoas próximas aos dois suspeitos estão sob custódia.

Lista negra do terrorismo nos EUA

Em Washington, uma fonte dos serviços de segurança norte-americano revelou que os irmãos Kouachi estão, há vários anos, em uma lista negra de suspeitos de terrorismo. Eles são impedidos de pegar voos para entrar ou sair dos Estados Unidos.

Outra autoridade dos EUA informou que Said foi treinado pela Al-Qaeda no Iêmen em 2011, antes de voltar à França. Um dia depois do luto nacional observado no país, bandeiras continuam a meio mastro nas repartições públicas.

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