Operação orquestrada – Bélgica, França e Alemanha fazem nesta sexta-feira (16) operações simultâneas de detenção de suspeitos de terrorismo. Em Paris, doze pessoas foram presas –nove homens e três mulheres- nesta madrugada. Segundo a polícia, os detidos são próximos dos irmãos Kouachi e de Amédy Coulibaly, autores dos atentados na semana passada, em Paris. Alguns nomes já são conhecidos das autoridades por envolvimento com tráfico de droga e de armas. Eles serão interrogados sobre um possível envolvimento logístico nos ataques, como o fornecimento de armas e carros aos jihadistas.
A imprensa francesa informa que, nos últimos dias, investigadores cruzaram informações obtidas por meio de escutas telefônicas de pessoas próximas de Chéfif Kouachi, de Said Kouachi e de Amédy Coulibaly. A investigação tem se concentrado, sobretudo, na rede de contatos de Coulibaly, assassino de uma policial em Montrouge, no sul da capital francesa, e autor do atentado no supermercado judeu na Porte de Vincennes, em Paris. O carro da companheira do terrorista, Hayat Boumeddiene, foi vasculhado pela polícia que retirou traços de DNA encontrados no veículo.
Operação na Bélgica termina com dois mortos
A polícia da Bélgica realizou uma vasta operação na noite desta quinta-feira em várias cidades, principalmente em Bruxelas, Hal-Vivoorde e Verviers, no leste do país, onde dois supostos terroristas morreram e um terceiro foi detido depois de um violento tiroteio com a polícia.
Os três homens voltaram da Síria há uma semana e escutas telefônicas revelaram que eles estariam planejando “ataques iminentes” e de “grande impacto”. O ministro belga das Relações Exteriores, Didier Reynders, confirmou hoje que os jihadistas tinham como alvo os policiais.
A operação começou às 6 horas da tarde, pelo horário local, e terminou quatro horas depois. Em Bruxelas, a intervenção se estendeu até a madrugada. As autoridades belgas confirmaram que não existe vínculo do ataque terrorista em Verviers com os atentados cometidos em Paris. A afirmação é baseada na troca de informações entre os serviços de inteligência dos dois países. A percepção é de que os ataques na capital francesa teriam acelerado os projetos dos radicais belgas.
Polícia encontra armas e uniformes
O local do tiroteio está todo cercado e protegido para o trabalho dos investigadores. Buscas realizadas no local levaram à descoberta de quatro kalashinikovs, material para fabricação de bombas e uniformes policiais. A cúpula do governo realizou uma reunião de crise durante à noite e o nível de alerta no país subiu para 3 de uma escala que vai até 4.
Em maio do ano passado, um extremista radical francês, Mehdi Nemmouche, atacou um ataque contra o museu judaico de Bruxelas e fez quatro mortos. Nesta sexta-feira, escolas judaicas em Bruxelas e Anvers estão fechadas depois de serem informadas de que eram alvos potenciais de ataques.
Alemanha faz operação antiterrorista
Na Alemanha, dezenas de buscas foram realizadas na manhã desta sexta-feira, em Berlim, durante uma grande operação contra grupos de radicais islâmicos. Duas pessoas de nacionalidade turca foram detidas. Um deles é conhecido como Ismet D, de 41 anos, apontado como o líder de um grupo de extremistas reunindo turcos e russos de origem chechena ou do Daguestão.
Segundo a polícia alemã, não havia indícios de que o grupo, composto no total por cinco pessoas, preparava um ataque. (Com RFI)