Dilma discursa na abertura da Celac, na Costa Rica, e mostra ser “garota de recados” de Havana

dilma_rousseff_501Pequenez bananeira – Nada no universo esquerdista acontece por acaso, mesmo com a participação do Partido dos Trabalhadores, que tem sérias dificuldades para combinar discursos com antecedência. Mesmo assim, em mais uma demonstração de obediência obtusa, a presidente Dilma Rousseff cumpriu as ordens expressas do governo cubano. Ao discursar na abertura da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em San José, na Costa Rica, a presidente brasileira classificou como de “transcendência histórica” o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba.

Como alegria de pobre dura pouco, diz a sabedoria popular, Dilma não perdeu a oportunidade de, diante de outros mandatários da região, mostrar sua disposição ideológica de cumprir as ordens expedidas pelos facinorosos ditadores Fidel e Raúl Castro. Envergonhando mais uma vez a parcela de bem do povo brasileiro, Dilma criticou a demora para que o embargo econômico à ilha caribenha seja suspenso.

Há dias, o ditador Fidel Castro disse que não confia no governo de Washington, como se a opinião de um facínora totalitarista, que vive como nababo à sombra da miséria do povo cubano, tivesse alguma importância na ordem do dia.

O fato de Fidel não confiar no governo norte-americano pouco muda a sequência dos fatos, pois a Venezuela, o único financiador da ditadura cubana nos últimos tempos, está em colapso econômico e fechou a torneira que abastecia os cofres de Havana. Sem contar que a Rússia de Vladimir Putin, outra eventual fonte de financiamento, também passa por séria crise econômica. Resumindo, a melhor saída para os cubanos, a essa altura dos acontecimentos, é abraçar o Tio Sam e agradecer aos céus. Do contrário, a ditadura castrista será varrida do mapa.

Na quarta-feira (28), horas antes da abertura da III Celac, o presidente cubano e ditador-estepe Raúl Castro criticou o colega norte-americano, Barack Obama, por não usar o poder do cargo para decretar o fim do embargo à ilha. Ao discursar no encontro, Raúl ousou falar em justiça social na ilha, algo que os esquerdistas assim classificam com a socialização da miséria. Contudo, não há justiça social quando inexistem liberdades individuais, como acontece em Cuba. Basta revisitar a história cubana depois da chegada dos Castro ao poder e contabilizar o número de pessoas que morreram no paredão ou tentando vencer um pedaço de mar recheado de tubarões no afã de alcançar o território norte-americano.

Ao contrário do que fazem Raúl Castro e Dilma Rousseff em Cuba e no Brasil, respectivamente, nos Estados Unidos o Executivo respeita a autonomia do Congresso, apesar de em alguns momentos surgirem rusgas entre ambos os Poderes. Em Havana, quem discorda dos irmãos ditadores acaba no paredão, enquanto que em Brasília o governo do PT compra apoio político e a consciência dos políticos. O que não muda muita coisa.

Por outro lado, nos EUA a democracia funciona como manda o figurino, sem direito a missas encomendadas e outros rapapés do gênero. Querendo ou não Barack Obama, e também Raúl Castro, o fim do embargo econômico a Cuba depende exclusivamente da aprovação do Congresso norte-americano, atualmente dominado pelos republicados, inimigos vorazes da família Castro e sua horda de seguidores.

Raúl e Dilma são defensores convictos do autoritarismo, mesmo que diante de câmeras e microfones mostrem-se afáveis adeptos da abertura política, ou quase isso. Apesar da farsa que banha ilha caribenha por todos os lados, a ditadura comunista impôs ao povo cubano décadas de atraso e a asfixia do direito à liberdade, como um todo. Fidel e Raúl Castro não abrem mão de manter na ilha o ideal revolucionário que arremessa os cubanos na vala da miséria, sob a desculpa de que tal situação decorre da insensibilidade de Washington. Apenas porque os irmão ditadores querem que a humanidade creia na tese de que o fato de a ilha ter se transformado em base da União Soviética, durante a chamada Guerra Fria, foi apenas uma coincidência.

Raúl e Fidel não podem se curvar demais nesse momento de reaproximação diplomática com os EUA, pois em jogo está o esquerdismo bandoleiro na América Latina, cuja sobrevivência mais adiante poderá render alguns tostões ao governo de Havana. Retomar as relações com os Estados Unidos sem críticas à Casa Branca seria acender o pavio da insatisfação do povo cubano, o que, em capítulo seguinte, representaria o fim do reinado castrista.

Imaginar que a chefe de um governo incompetente, paralisado e corrupto, como é o caso de Dilma Rousseff, se submete ao ridículo de atuar como garota de recados é aceitar um papel menor do Brasil no cenário internacional. A participação pífia de Dilma na abertura da III Celac, na Costa Rica, confirma a estabanada política internacional do governo brasileiro, que nos últimos doze anos priorizou as relações com ditadores de todos os naipes, em especial os esquerdistas.

Por mais que os Estados Unidos tenham interesses comerciais no Brasil, não será uma declaração de Dilma, encomendada por Havana, que mudará a sequência legal que exige a democracia dos EUA no que se refere ao fim do embargo.

A presidente reeleita deveria aproveitar a oportunidade para tratar do tráfico de drogas no continente, exigindo do “companheiro” Evo Morales que liberte-se do cativeiro imposto pelos barões bolivianos da cocaína, impedindo que a juventude brasileira seja dizimada na esteira do vício. O Brasil não apenas é o maior consumidor de cocaína do planeta, como serve de rota de passagem para a droga enviada a outros países. Para que essa mudança ocorra é preciso que o Foro de São Paulo seja reduzido a pó, que não a cocaína.

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