Dois pesos – Em menos de um ano é a nona vez que a Petrobras reduz o preço do combustível no Paraguai. Sim, você leu direito: a redução não foi no Brasil, mas no país vizinho, onde a estatal brasileira diminui o preço da gasolina! Enquanto isso, aqui no País, a reivindicação de redução dos preços do diesel levou a uma greve de caminhoneiros que parou o Brasil por quase duas semanas, gerando desabastecimento de diversos produtos.
De acordo com a empresa, a atual situação do mercado internacional, no que se refere ao preço do petróleo, a taxa cambial entre os dois países e a renovação gradual do estoque motivaram a baixa nos combustíveis no Paraguai. Para exemplificar, desde o final de 2014 a Petrobras registrou uma queda de preços de 1910 guaranis paraguaios por litro de Diesel Podium, o que equivale a R$ 1,25.
O jornal paraguaio “Ultima Hora” informa que a decisão de reduzir os preços pegou as distribuidoras de surpresa. Inclusive, levou a estatal paraguaia Petropar a reduzir também o valor do combustível.
Apesar da imensa desvalorização da moeda paraguaia em relação ao real, o litro do diesel em Assunção é dez centavos mais barato do que em Brasília. Mas não é para ficar esperançoso. Aqui no Brasil, “o governo não tem como baixar o preço do combustível”, afirmou a presidente Dilma Rousseff. Uma declaração equivocada e mentirosa, pois a Petrobras vendeu durante anos a fio gasolina a preço subsidiado para não comprometer a inflação oficial.
Diante do fato, consumidores brasileiros devem estar se perguntando: como é possível manter tão diferente o preço do mesmo petróleo? Quais as razões? Por que baixar o preço só é possível no Paraguai? Será que estamos, todos nós brasileiros, pagando os desvios da Petrobras? Por enquanto não há uma explicação plausível, aliás, explicações plausíveis estão faltando em todos os setores no que tange o governo federal.
A imagem da matéria no jornal já circula no Facebook, Twitter e WhatsApp, gerando indignação entre os brasileiros que já começaram a fazer comentários no próprio site do periódico paraguaio. (Por Danielle Cabral Távora)