Lufthansa reserva US$ 300 milhões para indenizações da Germanwings

germanwings_01Dinheiro em caixa – Uma semana após a queda do voo 4U-9525, que causou a morte de 150 pessoas, a seguradora do Grupo Lufthansa, da qual a Germanwings é subsidiária, já reservou uma provisão de US$ 300 milhões (€ 279 milhões) para o pagamento de indenizações aos familiares das vítimas, publicou nesta terça-feira (31) o jornal alemão “Handelsblatt”.

De acordo com o diário especializado em economia, que citou fontes de seguradoras, o consórcio liderado pela Allianz chegou à decisão no final da última semana. O valor é quase o dobro da soma que geralmente é calculada para indenizações em acidentes aéreos.

Normalmente, calcula-se na aviação uma indenização de US$ 1 milhão por vítima fatal. Soma-se a isso o custo da aeronave, que, segundo o “Handelsblatt”, estava assegurada em US$ 6,5 milhões. O fato de o consórcio segurador ter reservado quantia muito superior sugere que as empresas contam com processos judiciais demorados e dispendiosos.

A Lufthansa confirmou a informação do “Handelsblatt”. Um porta-voz da companhia aérea afirmou que a soma inclui uma compensação financeira para as famílias das vítimas, além do valor de um Airbus A320, estimado atualmente em cerca de 94 milhões de dólares.

Na última sexta-feira (27), a Lufthansa ofereceu € 50 mil a cada família como compensação imediata e emergencial. De acordo com o diretor de operações da Germanwings, Oliver Wagner, o montante não será deduzido de qualquer acordo futuro de indenização.

Convenção prevê indenização de 143 mil euros

A responsabilidade das companhias aéreas em caso de acidente é regulada pela Convenção de Montreal de 1999, que prevê um máximo de € 143 mil por vítima. Este limite, no entanto, pode ser ultrapassado.

Segundo o professor de Direito Aéreo da Universidade Técnica de Berlim, Elmar Giemulla, a Lufthansa deve lidar com pedidos de indenização “de até dois dígitos de milhões”, isto é, até € 30 milhões cada. O valor, no entanto, pode diferir, pois os tribunais levam em conta fatores como a renda e a idade dos mortos no desastre e por quanto tempo teriam condições de sustentar financeiramente suas famílias.

Já a União Europeia (UE), prevê compensações de pelo menos 100 mil direitos especiais de saque (SDR, na sigla em inglês), atualmente o equivalente a € 42,3 mil. Direitos especiais de saque são um ativo de reserva internacional, criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1969, para complementar as reservas oficias existentes nos países-membros. A taxa atual é de € 0,423. (Com agências internacionais)

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