Argentina é paralisada pela terceira greve geral em cinco anos

cristina_kirchner_34Temperatura alta – Nesta terça-feira (31) um protesto nacional contra um imposto sobre salários deixou a maioria dos argentinos sem transporte público, abastecimento de combustível, bancos e coleta de lixo. Caminhoneiros, funcionários de trens, metrô, portos e aeroportos também aderiram à paralisação, razão pela qual as viagens para e da Argentina foram suspensas, reflexo da atabalhoada política econômica adotada pelo governo da presidente Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, uma peronista que se rendeu ao burro socialismo do século XXI, lançado pelo finado tiranete Hugo Chávez.

A TAM informou o cancelamento de voos com partida ou chegada na Argentina: foram 2 voos nesta segunda e mais 17 da terça-feira dos aeroportos de Rosario, Córdoba e Buenos Aires (Ezeiza e Aeroparque). Já a Gol comunicou que seis voos da companhia previstos para o Aeroparque de Buenos Aires foram cancelados.

Esse é o terceiro e mais amplo ato organizado nos últimos cinco anos contra o tributo que desconta entre 9% a 35% da renda, de acordo com a faixa salarial. Está isento quem ganha menos de 15 mil pesos (R$ 5,5 mil). No entanto, como os salários são corrigidos semestralmente ou anualmente pela inflação (23% por ano segundo o governo, 38% de acordo com consultorias independentes), o grupo de pagantes só cresce, uma vez que as categorias seguem iguais.

“Essa distorção faz com que, para compensar a inflação, o trabalhador precise de um aumento nominal de 46%”, ressaltou o economista Jose Luis Spert, doutor pela Universidade de Buenos Aires.

Em Buenos Aires, capital argentina, funcionam apenas algumas linhas de metrô. Além de toda a rede de ônibus portenha, os trens que conectam a região metropolitana e as principais cidades também não funcionam. Isso aumentou a procura por táxis, apesar de poucos saírem às ruas.

O governo argentino já avisou que não mudará as regras. Porém, tentou minimizar o impacto da paralisação, negociando com os transportadores. “O Estado subsidia 70% do transporte público”, alegou o chefe de gabinete Aníbal Fernández para sensibilizar a categoria. Ele ainda afirmou que não haver razão para protestar. O ministro da Economia, Axel Kicillof, reforçou que não mudará as alíquotas nem na faixa salarial isenta, uma vez que o imposto “só incide sobre quem ganha mais” e o teto foi reajustado há dois anos. Pela estimativa oficial, o imposto atinge apenas 11% dos assalariados, dado contestado pelos sindicatos.

O líder de um dos grupos organizadores, a CTA, Pablo de Micheli, rebateu dizendo que os argentinos têm pelo menos “20 razões” para protestar contra o governo e ameaçou estender a greve para 36 horas se não houver acordo. A paralisação, que começou à meia-noite e durará um dia, foi organizada pelos principais sindicatos opositores do país, mas, desta vez, teve adesão de alguns alinhados ao governo de Cristina Fernández de Kirchner. (Por Danielle Cabral Távora)

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