Radicais islâmicos do Al-Shabab ameaçam o Quênia com novos ataques

(Noor Khamis - Reuters)
(Noor Khamis – Reuters)
Jogo bruto – Um dia após o ataque terrorista contra um campus universitário na cidade de Garissa, que causou a morte de pelo menos 148 pessoas, em sua grande maioria estudantes, o grupo radical islâmico Al-Shabab ameaçou o Quênia com novo atentados.

“Quênia, você vai sofrer mais ataques mortais”, disse o porta-voz Ali Mohamud Rage, a uma estação de rádio ligada ao grupo extremista somali.

O Al-Shabab exige a retirada das forças de segurança quenianas da Somália. “Não haverá nenhum lugar seguro para os quenianos, enquanto o país tiver tropas na Somália”, advertiu Rage.

O movimento atacou a universidade no nordeste do Quênia alegando que suas demandas foram ignoradas. “Muitos estudantes cristãos, policiais e guardas de segurança foram mortos e muitos feridos”, afirmou o porta-voz. Segundo ele, diversos estudantes muçulmanos foram libertados.

O governo do Quênia afirmou, na sexta-feira (3), que não vai ceder à pressão e prosseguirá com seus esforços contra o terrorismo na vizinha Somália. “Nairóbi não será intimidada por terroristas, que adotaram a tática de matar inocentes como forma de humilhar o governo”, disse o ministro do Interior, Joseph Nkaissery, em visita à cidade de Garissa.

O presidente da Somália, Hassan Sheik Mohamud, ofereceu suas condolências e classificou o ataque como bárbaro. Ele afirmou que o incidente reforça a necessidade de uma cooperação antiterror entre os dois países, com o objetivo e eliminar os extremistas na região.

“Quenianos sacrificaram suas vidas para trazer a paz para o nosso país, e estou ciente de que os terroristas não estão satisfeitos com esse apoio. Seus atos [dos terroristas] não vão dificultar a nossa luta para erradicar o terrorismo e trazer a paz e prosperidade para a região”, acrescentou o presidente.

Estados Unidos, Alemanha e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenaram o ataque. Ban inclusive exigiu que os agressores sejam responsabilizados pelo ato. Também o papa Francisco criticou fortemente o atentado em Garissa.

O pontífice está “profundamente entristecido dada a enorme e trágica perda de vidas e está rezando pelas vítimas e suas famílias”, escreveu o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao arcebispo queniano John Njue.

Garissa fica a menos de 200 quilômetros da fronteira sudeste do Quênia com a Somália. Desde que militares quenianos cruzaram a fronteira para ajudar a acabar com o grupo rebelde, em 2011, o Al-Shabab tem aumentado seus ataques em território queniano. Em setembro de 2013, o mesmo grupo realizou um cerco de quatro dias em shopping da capital Nairóbi, matando 67 pessoas. (Com agências internacionais)

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