Novo articulador político do governo do PT, Michel Temer atuará no Congresso como aliciador de luxo

michel_temer_24Missão de quinta – Vice-presidente da República e novo articulador político do governo do PT, o peemedebista Michel Temer acredita que se dará bem na missão que lhe foi dada por Dilma Rousseff. Na verdade, Temer reforçou a autoconfiança depois de uma conversa com o agora lobista Luiz Inácio da Silva, que vem atuando fortemente nos bastidores do poder para tentar salvar o PT e também o agonizante governo da sua sucessora.

“Delicadamente, ele disse que talvez eu me saia bem”, disse Temer ao deixar o Instituto Lula, na cidade de São Paulo, após reunião de hora e meia com o ex-presidente da República.

Michel Temer assumiu a tarefa que até a última terça-feira (7) era de responsabilidade do petista Pepe Vargas, que trocou a Secretaria de Relações Institucionais pela de Direitos Humanos, no rastro de uma tremenda confusão na esfera de sua indicação para o novo cargo, movimento que desalojou a “companheira” Ideli Salvatti.

Considerando que Temer é sabidamente mais articulado que Pepe Vargas, não há como o vice-presidente se dar mal em sua nova empreitada política. Afinal, Temer vem oferecendo cargos no governo federal em troca de apoio ao governo petista no Congresso Nacional. E dessa maneira, em um cenário de fisiologismo explícito, não há como errar, pois a política brasileira funciona à sombra da teoria do “é dando que se recebe”.

O papel de “aliciador” de parlamentares já tratado com desdém e galhofa por muitos políticos em Brasília. Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse a um interlocutor que Temer errou ao aceitar o convite de Dilma.

Por outro lado, no próprio Congresso, Michel Temer está sendo chamado de “Posto Ipiranga”, uma alusão à campanha publicitária da rede de postos de combustíveis homônima, que vende a ideia de que no estabelecimento tudo se encontra e se resolve. O UCHO.INFO conversou com alguns parlamentares sobre a alcunha de Michel Temer e nossos interlocutores, de maneira unânime, deram a mesma explicação: “quer cargo, no posto Ipiranga, quer emenda, no posto Ipiranga”.

Esse novo cenário da articulação política do governo de Dilma Rousseff mostra com clareza que a corrupção continuará existindo, apesar do clamor de uma sociedade que não mais suporta a roubalheira institucionalizada.

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