Vida bandida – Os quatro homens que assaltaram a luxuosa relojoaria Cartier na cidade de Cannes, sul da França, levaram mais de € 17,5 milhões (R$ 60,4 milhões) em joias e relógios. O valor, não confirmado oficialmente pela grife, foi revelado na manhã desta quinta-feira (7) por uma fonte que participa das investigações.
O assalto aconteceu na terça-feira (5), às 11h da manhã. Um homem disfarçado de idoso e armado com uma pistola entrou na loja e permitiu a entrada de outros dois ladrões, enquanto um quarto criminoso vigiava a calçada. A quadrilha fugiu em um carro da marca Mercedes roubado, mas encontrado incendiada horas depois. Os ladrões continuam foragidos. A loja fica ao lado de um hotel de luxo que foi assaltado em 2013.
A pouco menos de uma semana da estreia do badalado Festival de Cinema de Cannes, as autoridades locais informam que este ano a segurança do evento será reforçada. O chefe da polícia local, Philippe Jos, lembrou que a chegada do público do festival, que triplica a população da cidade, também faz crescer a riqueza em circulação.
Ameaça terrorista
Apesar disso, a principal razão do reforço não são os roubos espetaculares, mas o fato de o Festival acontecer apenas quatro meses depois dos atentados contra o jornal satírico Charlie Hebdo e contra um supermercado judaico em Paris.
A direção do Festival disse que, por ser um evento que atrai inúmeras celebridades do mundo inteiro, Cannes precisa estar muito mais protegida que nos anos anteriores para não ser alvo do terrorismo. Apesar de não haver nenhuma ameaça específica, as autoridades locais estimam que os contextos nacional e internacional exigem um dispositivo de segurança maior do que o da edição passada. O tamanho do contingente não foi informado mas, pela primeira vez, haverá uma central de coordenação unificada para todas as forças de ordem.
Piratas
As autoridades também estão preocupadas com a cybercriminalidade. A segurança de todos os sites relacionados ao festival passou por um “pente fino”, garantiu o sub-prefeito da região, Philippe Castanet. E as redes sociais, que grupos radicais utilizam para se organizar, estão sendo vigiadas por Paris.
A ideia é evitar que as estrelas convidadas se deparem com manifestantes enfurecidos. A chance é mínima, já que cada uma conta com sua própria equipe de seguranças particulares. Também será traçada uma zona de segurança marítima, já que Cannes é uma cidade portuária. Drones serão proibidos de sobrevoar a cidade e as saídas da estrada e do aeroporto de Nice estarão sob vigilância.
Neste ano, a região dos Alpes Marítimos já esteve provisoriamente sob um plano especial de segurança em fevereiro, depois que um radical islâmico esfaqueou três militares em Nice, a 40 quilômetros de Cannes. (Com RFI)