Líderes reúnem-se na Alemanha em busca de posição comum diante da Grécia

alexis_tsipras_06Fio da navalha – Um encontro de alto nível na madrugada desta terça-feira (2), em Berlim, envolvendo os líderes das duas maiores economias da Europa e os chefes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia mostrou o grau de preocupação com a atual situação da Grécia.

Inicialmente, a chanceler alemã, Angela Merkel, receberia apenas o presidente francês, François Hollande, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para o encontro. Contudo, já no final da noite, uniram-se a eles o chefe do BCE, Mario Draghi, e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

De acordo com fontes diplomáticas, a reunião teve como objetivo conseguir uma “posição comum” entre as instituições. O consenso teria sido de que é “cedo demais” para apresentar um ultimato ao governo de Alexis Tsipras. Até o início da madrugada, nenhuma posição oficial sobre o resultado do encontro havia sido anunciada.

A semana iniciada nesta segunda-feira pode ser definitiva para um acordo da Grécia com os credores – FMI, BCE e Comissão Europeia.

Até a próxima sexta-feira (5), Atenas terá de desembolsar uma primeira parcela de 300 milhões de euros ao FMI. No total, deverá devolver, só neste mês, cerca de 1,6 bilhão de euros aos credores. Caso não consiga, teme-se o início de um efeito dominó, que, em caso extremo, poderia levar a Grécia a sair da zona do euro.

Apesar de o cenário atual indicar que há fundos para devolver 300 milhões de euros, há sérias dúvidas sobre a capacidade de Atenas de arcar com as parcelas restantes e a despesa estatal, que soma mensalmente 2,8 bilhões de euros, entre salários, pensões e seguridade social.

A Comissão Europeia insiste que não há uma data limite para conseguir um acordo e que o único prazo estabelecido é 30 de junho, quando expira o prolongamento de quatro meses do resgate.

Caso haja acordo, seriam abertas as portas à pronta convocação de uma reunião do Eurogrupo, onde se poderia aprovar o desembolso para a Grécia, pelo menos parcial, dos 7,2 bilhões de euros pendentes do resgate. (Com agências internacionais)

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