Lava-Jato: Vargas indica ex-prefeito como testemunha e escândalo volta a rondar Gleisi Hoffmann

andre_vargas_09Fantasma solto – O ex-deputado federal André Vargas (ex-PT) arrolou como testemunha de defesa o ex-prefeito de Londrina, Nedson Luiz Micheleti (PT), atualmente assessor da Caixa Econômica Federal. Vargas é réu em ação penal da Operação Lava-Jato que apura crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. O Ministério Público Federal denuncia Vargas por utilizar duas empresas de fachada para receber dinheiro desviado de contratos da agência Borghi/Lowe com a Caixa e o Ministério da Saúde.

A notícia da convocação de Nedson deixou muito alarmada a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT). A Caixa Econômica Federal era feudo de seu primo, o publicitário Ricardo Hoffmann, ex-diretor da agência Borghi/Lowe, que controlou grande parte das milionárias verbas de publicidade da instituição financeira durante dos governos de Lula e Dilma Rousseff.

Nedson Micheleti, enquanto prefeito de Londrina (2001-2008), teve como assessores a própria Gleisi Hoffmann e seu marido, o petista Paulo Bernardo da Silva. Ambos atuaram como secretários da prefeitura de Micheleti até 2005, quando Paulo Bernardo foi nomeado ministro do Planejamento de Lula. Atolada no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, Gleisi vê aumentar o risco de afundar também na vertente publicitária da Operação Lava-Jato.

Vargas também arrolou como testemunha de defesa Clauir Luiz Santos, ex-diretor de marketing da Caixa. De acordo com investigadores da Lava-Jato, Clauir teria sido indicado ao cargo pelo ex-deputado petista. “Há notícias de que André Vargas teria atuado para indicar o diretor de marketing da CEF, Clauir dos Santos”, apontaram os procuradores do MPF no parecer sobre o pedido de prisão do ex-deputado.

Para complicar, a Polícia Federal apreendeu no computador pessoal de André Vargas uma planilha com os nomes e valores das empresas suspeitas de pagar propina ao político desde dezembro de 2011, durante seu mandato, e até 28 de março de 2014, onze dias depois da deflagração da Operação Lava-Jato. No total, 193 empresas pagaram à LSI Solução em Serviços Empresariais Ltda, de Vargas, um total de R$ 3,170.292,02.

Parte da lista é de fornecedores que pagavam à LSI, de André Vargas, as comissões devidas à Borghi/Lowe Propaganda. A suspeita que cresce no âmbito da Lava-Jato é que a agência de propaganda Borghi/Lowe obteve contrato milionário na Caixa graças ao lobby de André Vargas e suas conexões com Ricardo Hoffmann.

Entre as empresas que constam da planilha de André Vargas estão fornecedoras da Borghi/Lowe e outras companhias com interesses no governo. André Vargas, ainda preso, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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