Ação entre amigos – Sébastien Valcke, 27 anos, filho do francês Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, trabalha na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde o ano passado. Sébastien foi contratado pelo então presidente da entidade futebolística nacional, José Maria Marin – que segue preso na Suíça, acusado de corrupção -, para ser diretor internacional da área de marketing da CBF. A contratação teve aval de Marco Polo Del Nero, atual presidente.
Embora Jérôme afirme que o filho “caminha com suas próprias pernas”, a contratação atendeu a pedido do secretário da FIFA. Sébastien é encarregado de fazer todo o trabalho envolvendo o marketing de amistosos da CBF, cuja promoção e organização está a cargo da FIFA.
A contratação de Sébastien Valcke foi confirmada por dois funcionários ligados à FIFA e por um ex-funcionário da CBF. Em 2014, Sébastien trabalhou na Copa do Mundo no Brasil como vice-coordenador geral da FIFA para os jogos no Estádio Jornalista Mário Filho, o outrora lendário Maracanã. Ele tem uma empresa de marketing registrada na Itália e, durante a Copa, morava em um apartamento do ex-jogador Ronaldo Nazário de Lima, alugado por R$ 50 mil.
Na última segunda-feira (1), o jornal americano “The New York Times” informou que Jérôme Valcke transferiu US$ 10 milhões para bancárias contas administradas pelo ex-presidente da Concacaf, Jack Warner – acusado pela Justiça norte-americana de corrupção – para que ele respaldasse a candidatura da África do Sul como sede da Copa de 2010.
A FIFA, por sua vez, negou as acusações, afirmando que a quantia saiu do comitê de organização da Copa do Mundo de 2010 e que o responsável pela negociação foi o argentino Julio Grondona, que comandava as finanças da entidade e morreu em 2014.
Coincidência ou não, depois da divulgação do caso envolvendo Jérôme Valcke e da notícia de que está sob investigação das autoridades estadunidenses, o reeleito Joseph Sepp Blatter renunciou à presidência da FIFA.
Apenas para lembrar, Jérôme Valcke foi quem sugeriu um “chute no traseiro” do Brasil durante as atrasadas e superfaturadas obras para a Copa do Mundo de 2014. (Por Danielle Cabral Távora)
