Após definição de data para extradição ao Brasil, Pizzolato faz greve de fome em prisão na Itália

henrique_pizzolato_04Caminho de volta – Depois da confirmação de sua extradição ao Brasil, nesta quinta-feira (11), o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, começou uma greve de fome na cadeia de Modena, na Itália. O brasileiro, que foi condenado por envolvimento no escândalo de corrupção que ficou conhecido como Mensalão do PT, já havia tornado pública sua intenção de fazer o protesto.

De acordo com um funcionário da penitenciária Sant’Anna, Pizzolato começou oficialmente sua greve de fome nesta quinta. “Hoje ele não almoçou e deixou claro a intenção de continuar”, revelou.

Na última semana, o Tribunal Administrativo Regional do Lazio decidiu acolher o recurso apresentado pela defesa e autorizou sua extradição. De tal modo, a partir da próxima segunda-feira (15),o governo brasileiro já pode providenciar o retorno de Pizzolato.

Segundo os juízes da Corte italiana, não houve erro por parte do ministério na autorização da extradição. A defesa de Henrique Pizzolato já afirmou que vai recorrerá da decisão, apresentando recurso ao Conselho de Estado, segunda e última instância da Justiça administrativa.

Assim, o juiz de turno decidirá se analisa ou não o pedido. Se aceitar a análise, a extradição poderá ser suspensa mais uma vez ou ele poderá ser mandado de volta ao Brasil enquanto espera o julgamento do caso. O governo brasileiro tem 20 dias, a partir do dia 15 de junho, para organizar a retirada do petista do país.

Rastilho de pólvora

Henrique Pizzolato foi condenado no processo do Mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. O ex-presidente do Banco do Brasil fugiu para a Itália com os documentos falsos do irmão morto em 1978, e acabou sendo preso em Maranello, em fevereiro de 2014.

No caso de confirmação da extradição, o que depende de decisão judicial acerca do recurso, a retorno de Pizzolato ao Brasil colocará mais lenha na já flamejante e quente fogueira que derrete o Partido dos Trabalhadores, legenda que nos últimos dez anos deixou patente sua vocação para o banditismo político.

Ao contrário de Marcos Valério Fernandes de Souza, o trem-pagador do Mensalão do PT, Pizzolato sabe muito sobre as falcatruas cometidas pelos “companheiros” e não tem estrutura psicológica para o cumprimento de pena de prisão em estabelecimento pena como a Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Foi na Papuda que o mensaleiro José Dirceu passou uma temporada atrás das grades, no rastro de mordomias ilegais consentias pelo então governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e pelo então chefe da Casa Civil do governo distrital, Swedenberger Barbosa, figura ligada à cúpula petista. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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