Copa América: Conmebol decide romper contrato com empresa denunciada pela Justiça americana

conmebol_01Virou bagunça – De acordo com o tesoureiro da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o boliviano Carlos Chávez, a empresa uruguaia Datisa, denunciada pela Justiça dos Estados Unidos por pagar propina para dirigentes esportivos, terá o contrato para explorar a Copa América rompido pela entidade esportiva.

Chávez afirmou que a empresa formada por três gigantes do setor do continente (a brasileira Traffic e as argentinas Full Play e Torneos y Competencias) parou de pagar o contrato quando houve a prisão dos cartolas na Suíça.

No final de maio, sete dirigentes, incluindo o brasileiro José Maria Marin, foram presos em Zurique, acusados de receber propinas pela venda de direitos de comercialização de torneios, entre outros crimes.

“Não temos como manter um contrato que não se paga. Eles estão numa posição muito delicada e o fim do contrato é melhor para todos”, ressaltou o tesoureiro, acrescentando que não consegue contato com os dirigentes da empresa há quase um mês.

Os donos da Full Play e da Torneos estão sendo procurados pela Interpol, que disparou mandados de prisão. Já o empresário J. Hawilla, dono da Traffic, fechou um acordo com a Justiça norte-americana e vai devolver US$ 150 milhões (quase R$ 500 milhões) ao confessar extorsão, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.

De acordo com Chávez, a Datisa só pagou 40% dos US$ 80 milhões (R$ 247 milhões) acordados com a Conmebol pelo torneio disputado no Chile. Pelo contrato celebrado em 2013, a empresa ganharia o direito de comercializar a Copa América de 2015, além de outras três edições.

Segundo documento da Justiça dos EUA, a Datisa pagou propinas para os presidentes das federações do continente.

Para a acusação, a empresa repassaria até US$ 110 milhões (R$ 340 milhões) em subornos para garantir os direitos da competição até 2023. Deste montante, a Datisa já teria pago cerca de US$ 40 milhões (R$ 123,6 milhões), divididos entre os dirigentes. De acordo com o documento, Marin embolsou US$ 3 milhões (R$ 9,2 milhões).

“Não sei nada de propina”, disse Chávez, que é suspeito de receber US$ 1,5 milhão (R$ 4,6 milhões) de propina pelo acordo com a Datisa. “Posso garantir que não recebi propina. Apenas os recursos repassados pela Conmebol para minha federação”, completou o cartola.

Apesar de sócia da Datisa, a Traffic informou que a gestão do contrato da Copa América é feita apenas pela argentina Full Play, também acionista da Datisa. (Danielle Cabral Távora)

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