Santos FC consegue pagar salários atrasados e abate dívida de R$ 393 milhões

santos_11Cofre vazio – Abalado pela crise financeira, o Santos Futebol Clube conseguiu pagar os atrasos de salário em CLT (Consolidações das Leis de Trabalho) para escapar da mira do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp), que enviou ofício ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para que o clube paulista perca pontos no Campeonato Brasileiro em virtude de atrasos.

Entretanto, apesar de quitar os salários no âmbito da CLT, o Santos está sem pagar os direitos de imagem – maior parte do ordenado – aos atletas. Se por um lado a dívida parece ser interminável na Vila Belmiro, esforços não faltam para os dirigentes do clube.

O presidente Modesto Roma e diretores santistas pagaram quatorze folhas salariais em sete meses. O pagamento de duas folhas salariais por mês ocorre devido à “herança” deixada pelo antigo presidente, Odílio Rodrigues.

Auditoria realizada no primeiro semestre de 2015 no Santos mostrou que a dívida chega a R$ 393 milhões, sendo que R$ 190 milhões foram vencidas a curto prazo.

Somente este ano, o Santos pagou quase R$ 60 milhões em dívidas, somando o “rombo” deixado pela ex-diretoria e os gastos atuais com fornecedores, bancos e folhas salariais.

Para minimizar a crise, o clube da Vila Belmiro reduziu o valor da folha salarial pela metade – de R$ 6 milhões para R$ 3 milhões – somando o departamento de futebol e administrativo do clube. Apesar disso, o quadro de funcionário aumentou de 330 para 390 empregados.

No mais, o Santos obteve um empréstimo de R$ 8 milhões do Banco BMG, que colaborou para o pagamento dos atrasados. Entretanto, a maior parte desta verba foi utilizada para quitar a dívida com Robinho, que não recebia direitos de imagem há oito meses.

Com a liberação de atletas, incluindo os jogadores que acionaram o clube na Justiça – Aranha, Eugênio Mena, Arouca e Leandro Damião, o Santos economizou mais de R$ 2,5 milhões mensais.

Leandro Damião, emprestado ao Cruzeiro, foi a maior economia programada da diretoria santista, mesmo o clube paulista ainda desembolsando R$ 250 mil mensais. Isso porque o centroavante recebia R$ 700 mil de ordenado na Vila Belmiro. R$ 700 mil, aliás, é a economia mensal que o Santos fez com as saídas do zagueiro Edu Dracena e do volante Arouca. Os dois recebiam cerca de R$ 350 mil mensais.

Mena ganhava R$ 270 mil por mês, enquanto Aranha recebia R$ 180 mensais. No entanto, a maior economia foi com Robinho, que ganhava R$ 1 milhão por mês. O clube paulista tentou manter o ídolo oferecendo R$ 900 mil mensais, mas ele preferiu se transferir para o futebol chinês. (Danielle Cabral Távora)

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