Atentado contra santuário hindu em Bangcoc abala a Tailândia

(AFP - Getty Images)
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Ação terrorista – Uma explosão ocorrida próximo ao santuário hindu de Erawan, um dos locais mais procurados por turistas no centro de Bangcoc, deixou ao menos 19 mortos e mais de cem feridos nesta segunda-feira (17).

Segundo fontes policiais, a explosão foi causada por uma bomba caseira detonada por volta das 19h (horário local), momento em que as ruas do bairro de Chidlom, conhecido distrito de compras, estavam cheias. Outros dois explosivos encontrados no local teriam sido desarmados por especialistas.

“Quem fez essa bomba é cruel e teve o objetivo de matar”, afirmou o chefe da polícia nacional da Tailândia, Somyot Poompummuang.

O santuário é visitado diariamente por milhares de devotos e turistas. “Os autores [do atentado] tiveram a intenção de destruir a economia e o turismo, porque o incidente ocorreu no coração do distrito turístico”, declarou o ministro da Defesa da Tailândia, Prawit Wongsuwong.

De acordo com o ministro, uma “parte significativa” das vítimas é de origem estrangeira. A embaixada da China em Bangcoc confirmou que dois cidadãos chineses foram mortos no ataque.

Imagens do circuito de câmeras de segurança nas imediações mostram o grande clarão causado pela explosão no movimentado cruzamento.

“Eu estava jantando no hotel quando uma grande explosão sacudiu o prédio”, contou Eric Seldin, funcionário de escritório que trabalha nas imediações. “Quando nos deixaram sair, 15 minutos depois, vimos vários corpos cobertos com lençóis brancos.”

Nas redes sociais, espalham-se posts com a hashtag #PrayforBangkok.

Motivações

As imediações do santuário foram palco de vários protestos nos últimos anos, o que levanta questionamentos sobre uma possível conexão política com o atentado. De acordo com a polícia, ainda é cedo para apontar os possíveis responsáveis.

“Não temos certeza se houve motivação política, mas eles tiveram a intenção de prejudicar nossa economia, e nós vamos atrás deles”, disse o ministro da Defesa tailandês.

Nenhum grupo, político ou religioso, assumiu responsabilidade pelo atentado. O Exército tailandês combate radicais muçulmanos no sul do país, mas eles jamais estenderam suas ações para além de seu reduto, perto da fronteira com a Malásia.

No cenário político, o país também vem sendo abalado há décadas por uma rivalidade intensa e às vezes violenta entre facções na capital e em outras localidades. O Exército controla a Tailândia desde maio de 2014, quando depôs um governo eleito após meses de manifestações antigoverno, às vezes violentas.

Depois de um período de relativa calma, a Tailândia voltou a enfrentar tensões nos últimos meses, depois que a junta militar do país deixou claro que não poderá realizar eleições até 2017.

Em fevereiro, duas bombas foram detonadas num shopping de luxo em Bangcoc, deixando dois feridos. Outra explosão ocorreu em abril num resort na Tailândia. Na ocasião, as autoridades disseram que os ataques tiveram o objetivo de desestabilizar o governo militar. (Com agências internacionais)

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