Alemanha pode cortar recursos de países que se recusam a receber refugiados

refugiado_12Humanidade zero – Nesta terça-feira (15), em meio à resistência de alguns países europeus em conceder asilo a imigrantes, o ministro de Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, ressaltou que é necessário começar a discutir “medidas de pressão” contra nações que se negam a participar da distribuição equitativa de refugiados dentro da União Europeia (UE).

“Para estes países, não acontece nada, os refugiados simplesmente passam ao largo deles”, declarou Maizière. Ele concordou com a proposta do presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, que se referiu à possibilidade de responder a estes países com um corte dos recursos vindos dos fundos estruturais comunitários.

O ministro de Interior alemão também lembrou que os países que rejeitam a distribuição equitativa de refugiados são exatamente os que recebem as maiores quantias dos fundos estruturais de ajuda financeira da UE.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que está “profundamente desapontada” com a falha dos ministros da União Europeia em chegar a um consenso sobre um plano de compartilhamento na relocação de 120 mil refugiados.

Em encontro em Bruxelas, na segunda-feira (14), a maioria dos ministros do Interior da União Europeia chegou a um acordo inicial para compartilhar 120 mil pessoas que buscaram asilo, além de 40 mil distribuídas em uma base voluntária até o momento. Porém, detalhes do acordo, que será formalizado em 8 de outubro, foram vagos, e diversos países ex-comunistas da parte central da Europa rejeitam as cotas obrigatórias. Até o momento, 464.876 imigrantes cruzaram o Mediterrâneo neste ano.

A crise dos refugiados ainda está reativando antigas disputas geopolíticas entre os vizinhos Hungria e Sérvia. O ministro do Trabalho sérvio, Aleksandar Vulin alertou nesta terça que seu país não aceitará os refugiados que a Hungria tentar devolver “à força”. “Eles (os refugiados) estão no território da Hungria e esperamos que o Estado húngaro os trate como é devido”, advertiu.

Por outro lado, as autoridades húngaras informaram que devolveriam os solicitantes de asilo que tenham passado antes pela Sérvia.

À meia-noite de terça-feira (19h de segunda-feira em Brasília) entrou em vigor na Hungria uma nova legislação que pune com prisão o cruzamento ilegal da fronteira.

Um pouco antes, Budapeste terminou de instalar uma cerca ao longo dos 175 quilômetros de fronteira com a Sérvia para impedir a entrada dos milhares de refugiados, a maioria vindos de países em conflito no Oriente Médio, que há semanas tentam chegar à Europa ocidental pela rota dos Balcãs, pela qual atravessam Turquia, Grécia, Macedônia e Sérvia. (Danielle Cabral Távora)

apoio_04