Crise econômica: analistas preveem mais inflação e recuo maior do PIB em 2015 e 2016 no País de Alice

dinheiro_72Espada de Dâmocles – Na manhã desta segunda-feira (28), enquanto Dilma Vana Rousseff, a presidente, preparava-se para destilar mentiras na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, o mercado financeiro verde-louro apresentava um quadro nada animador sobre a economia. O que de pronto anulou o discurso da petista, que mais uma vez abusou do ufanismo milagreiro diante de dezenas de chefes de Estado e de governo.

Horas antes, o Banco Central divulgou, como de costume, o aguardado Boletim Focus, que reúne a expectativa dos economistas sobre o futuro da economia brasileira. Na opinião dos especialistas, o Produto Interno Bruto deste ano registrará recuo de 2,8%, o que confirma previsão do UCHO.INFO, que há algumas semanas afirmou que a economia teria crescimento negativo na casa de 3%. Trata-se da décima primeira queda seguida do indicador, que na semana anterior estava em 2,7%. Confirmada a previsão, o PIB de 2015 terá o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando foi registrado recuo de 4,35%.

A situação econômica brasileira é tão grave, que no curto prazo as perspectivas são catastróficas. Os economistas consultados pelo BC já preveem contração de 1% do PIB em 2016, o que anula os discursos mirabolantes dos palacianos acerca da retomada do crescimento. Na semana anterior, os economistas previam retração de 0,8% do PIB no próximo ano. Prevalecendo a previsão dos especialistas do mercado financeiro, pela primeira vez o Brasil terá dois anos seguidos de recuo da economia, desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1948.

Em relação à inflação oficial, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a previsão é que o mais temido fantasma da economia fechará o ano em 9,46%,contra 9,34% da projeção anterior. Isso mostra que o IPCA pode facilmente chegar à casa dos dois dígitos, o que configurará um desastre na economia.

Para os economistas, a alta do dólar e a elevação dos preços administrados (telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de transportes) pressionam o IPCA neste ano. Além disso, há a inflação do setor de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários. O cenário é toa intrincado e preocupante, que mesmo sendo corroído pela inflação, os ganhos salariais acabam se transformando em um problema.

Para 2016, os economistas ouvidos pelo BC majoraram a expectativa de inflação para 5,87%, contra 5,70% da semana anterior. Trata-se da oitava elevação do indicador, que continua se afastando do plano de meta inflacionária estabelecido pelo governo, que tem a marca de 4,5% como índice ideal.

Mantendo o caos que domina a economia, os analistas creem que o Banco Central não promoverá qualquer alteração na taxa básica de juro, a Selic, que deve continuar em 14,25% ao ano até o final de 2015. Para 2016, a previsão é de que a Selic deve encerrar o ano em 12,50%, contra 12,25% da aposta imediatamente anterior.

Com a queda na arrecadação de tributos, a piora contínua da economia e pouca disposição do cidadão de consumir, a manutenção da Selic no patamar atual significa que os compromissos do governo tornar-se-ão mais custosos, pois a falta de recursos será uma espada de Dâmocles a balançar sobre o pacote de ajuste fiscal lançado pelo governo de Dilma Rousseff e que aidna depende da aprovação do Congresso Nacional.

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