De olho no STF, Dilma tenta ganhar fôlego com possível retorno de Picciani à liderança do PMDB

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Deputado federal pelo PMDB do Rio de Janeiro e mordomo político de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani protocolou nesta quinta-feira (17) lista com 36 assinaturas em favor de seu retorno à liderança da legenda, o que conta com o apoio golpista e espúrio do Palácio do Planalto, que para salvar a presidente da República insiste em ingerir em questões de outras legendas.

A queda de braços com Michel Temer, que ganhou contorno extra com a divulgação do conteúdo da polêmica carta enviada pelo vice, levou Dilma não se fazer de rogada, apesar de ter anunciado que ela e o peemedebista haviam acertado manter uma relação profícua, o que não aconteceu. Na verdade, Dilma passou a minar o campo político de Temer como forma de impedir o avanço do pedido de impeachment.

Diante da manobra protagonizada por Picciani, o vice-presidente da República determinou, com o apoio da cúpula da legenda, que não fossem aceitas filiações cujo objetivo seria reconduzir o ex-líder ao cargo, algo que interessa ao Palácio do Planalto.

O eventual retorno de Leonardo Picciani à liderança do PMDB, se confirmado, acontecerá em um momento em que o governo pode ser alcançado por uma derrota preocupante, a eventual manutenção do rito do impeachment a ser sacramentada na tarde desta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal.


Referendada a decisão anunciada pelo ministro-relator Luiz Edson Fachin, que classificou como constitucionais todas as medidas adotadas pela Câmara, até então, em relação ao impeachment. Fora isso, o Congresso Nacional entrará em recesso a partir da próxima segunda-feira (21), o que neutraliza a recondução de Picciani à liderança do PMDB. Sem contar que por enquanto o STF considerou legal a eleição secreta de uma chapa alternativa que comporá a comissão processante do impeachment.

É importante salientar que, como aqui mencionado inúmeras vezes, Michel Temer não chegou até aqui por ser incompetente em termos políticos ou inocente. Da mesma forma que não se curvará aos malabarismos oportunistas de Leonardo Picciani, um fantoche político que responde aos comandos do seu pai, o deputado Jorge Picciani, cujo currículo dispensa maiores apresentações.

Ademais, considerando que o plenário do Supremo deve seguir, quase que na integra, o voto do ministro Luiz Edson Fachin, o calvário de Dilma ganhará ainda hoje um capítulo extra, que terá como epilogo o impedimento da petista. Em suma, se existe em marcha algum golpe, esse está sob a batuta de Dilma e sua turba.

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