Mercadante rebate acusações de Delcídio e diz que fica no governo; decisão turbina a crise política

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Em fala pouco esclarecedora e nada convincente, o ainda ministro Aloizio Mercadante (Educação), em entrevista coletiva, em Brasília, tentou se esquivar e explicar as acusações feitas por Delcídio Amaral no acordo de colaboração premiada, mas sua incursão fracassou.

Mercadante, petista que não reza pela cartilha do lobista-palestrante Lula, pode abreviar a permanência de Dilma no comando do País, caso não opte nas próximas horas pela demissão. O ministro, por questões óbvias, negou as acusações, mas é importante destacar que Delcídio Amaral não teria sua delação homologada se não fossem verdadeiras – e passíveis de comprovação – as informações repassadas à força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Com esse novo e explosivo capítulo, a situação do governo de Dilma Vana Rousseff piora de forma impressionante, colocando a petista em posição privilegiada no patíbulo da forca política. No momento em que Delcídio acusa Lula, Dilma, Erenice Guerra e Aloizio Mercadante, o PT perde as condições mínimas necessárias para levar adiante um governo que é sabidamente refém da paralisia administrativa e pela corrupção endêmica.

Perplexo diante dos muitos desdobramentos do maior escândalo de corrupção da História, o Petrolão, O Brasil assiste não apenas a implosão política, mas a deterioração contínua da economia, que cada vez mais avança no despenhadeiro da crise.


Tanto é assim, que a cada nova notícia envolvendo um integrante do governo ou do PT em algum escândalo de corrupção, ou fato correlato, a cotação do dólar sobe, sinal claro de que os investidores não mais confiam nas mentirosas promessas palacianas.

Incensada pelos aduladores por causa da sua coragem de ter enfrentado o regime militar brasileiro, no tempo em que os “camaradas” tentavam impor ao País uma ditadura comunista, Dilma deveria resgatar essa valentia de outrora e, em ato de grandeza, deixar o governo para que o Brasil possa retomar o seu caminho e debelar a crise com o passar dos anos.

Conhecida pela teimosia e por uma personalidade que não aceita a derrota, Dilma ainda precisa de fatos mais estarrecedores para que alguém mostre que sair pela porta dos fundos do Palácio do Planalto é a melhor forma de entrar para a História.

O mesmo caminho deveria ser seguido por Aloizio Mercadante, que já avisou sua disposição de continuar no governo, apesar das graves denúncias feitas por Delcídio Amaral. Na verdade, se o ministro da Educação jogar a toalha. O governo Dilma entra na sala de velório. Cabendo apenas marcar a data do funeral.

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