Lava-Jato chega a Portugal, prende brasileiro pagador de propinas e recoloca Lula na mira

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Nesta segunda-feira (21), a Operação Lava-Jato deflagrou sua primeira fase internacional em Lisboa, Portugal. A 25ª fase da Lava-Jato cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva de Raul Schmidt Felipe Junior.

De acordo com a Procuradoria brasileira, Raul Schmidt é investigado pelo pagamento de propinas a Renato de Souza Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada, ex-diretores da Petrobras. Os três estão presos em Curitiba pela participação no Petrolão, esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa que funcionou livremente durante uma década na estatal.

A Procuradoria portuguesa informou em nota que já recebeu das autoridades brasileiras ‘três cartas rogatórias relacionadas com esta matéria’. “Uma já foi devolvida. As restantes encontram-se em execução”.

O Ministério Público Federal (MPF) revelou que o operador de propina estava foragido desde julho do ano passado, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro de 2015.

“Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobrás, ele também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobrás”, afirma a nota.


A deflagração da operação internacional decorreu de trabalho conjunto entre Portugal e Brasil. Conforme a Procuradoria, o cumprimento das medidas foi feito pela polícia judiciária portuguesa e pelo Ministério Público português. Autoridades brasileiras do MPF e da Polícia Federal acompanharam as diligências. Cumpridas as medidas cautelares, o Brasil dará início ao processo de extradição.

“Raul Schmidt é brasileiro e também possui naturalidade portuguesa. O investigado vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, e se mudou para Portugal após o início da operação Lava Jato, em virtude da dupla nacionalidade”, informou o Ministério Público Federal.

Com essa fase da Operação Lava-Jato, que chegou ao outro lado do Atlântico, novos desdobramentos devem surgir a partir de agora, pois é sabido que o Petrolão tem seus tentáculos em Portugal e Angola, como detalhou o UCHO.INFO em matéria sobre o envolvimento de próceres petistas e José Sócrates, ex-primeiro-ministro português.

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