Impeachment: escambo criminoso comandado pelo alarife Lula pode salvar Dilma

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Com o erro estratégico do PMDB, que não soube aguardar até o próximo dia 12 de abril para desembarcar do governo, o que, nessa data, inviabilizaria qualquer negociação palaciana para barrar o processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados, vem crescendo com certa velocidade a tese de novas eleições.

Depois de Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, agora é a vez de um dos caciques peemedebistas defenderem a ideia, como forma de debelar a crise múltipla que vem sacudindo o Brasil. Membro da direção nacional do PMDB e ligado ao vice-presidente Michel Temer, o senador Valdir Raupp deve apresentar ainda nesta segunda-feira (4) proposta de convocação de novas eleições para todos os cargos. Ou seja, de vereador a presidente da República.

Para que isso ocorra, segundo Raupp, o Congresso teria que aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). “Acho difícil o impeachment passar na Câmara e a presidente não irá renunciar. Com eleições gerais as ruas seriam pacificadas”, disse o parlamentar ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

No momento em que um cacique do PMDB defende tal tese, fica patente que o partido precipitou-se ao confirmar antes da hora o rompimento com o governo acéfalo de Dilma Rousseff. Com a decisão, Dilma conseguiu reforçar o discurso do golpe e conseguiu tempo para Lula comandar o escambo criminoso que avança nos bastidores do poder.

Analisado o levantamento realizado pelo próprio Estadão, que ouviu 442 dos 513 deputados federais, a situação dos favoráveis ao impeachment é muito mais complexa do que a dos governistas. De acordo com o levantamento, os a favor do impedimento de Dilma somam, por enquanto, 261, enquanto os contrários são 116. Considerando que restam 71 deputados indecisos, o impeachment, no atual momento, deve entrar para as calendas políticos.


O raciocínio é simples. Se os 71 deputados que não foram ouvidos pelo Estadão decidirem engrossar o bloco dos favoráveis ao impeachment, ao todo serão 332 parlamentares, número insuficiente para aprovar o pedido de impedimento de Dilma no plenário da Câmara.

Por outro lado, considerando a chance de metade dos indecisos decidirem pela continuidade de Dilma Rousseff no poder, o grupo alcançará 152 deputados, ou seja, dez votos a mais que o mínimo necessário.

É verdade que milagres acontecem, inclusive na seara política, mas não se pode desconsiderar o fato de que Lula, o quase ministro vem operando de forma escandalosa nas coxias do governo, oferecendo cargos aos bolhões e liberação de verbas públicas aos que aderirem ao grupo contra o impedimento da petista. Sem contar a distribuição de dinheiro sujo que vem ocorrendo nos subterrâneos de Brasília.

Confirmada essa projeção, o PMDB estará quase arruinado politicamente, restando ao partido uma só tábua de salvação: a de votar no Congresso contra os interesses do governo. O que levaria o País a uma quebradeira inenarrável. Por outro lado, a permanência de Dilma no poder recrudescerá o caos atual, com direito ao avanço da corrupção por parte daqueles que votaram contra o impeachment.

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