Lava-Jato: políticos do RJ comemoram com antecedência possível prisão de um dos corruptos do Petrolão

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Deflagrada após denúncias levadas ao Ministério Público Federal pelo empresário Hermes Magnus (encontra-se asilado) e pelo editor do UCHO.INFO, a Operação Lava-Jato, que desmontou o maior esquema de corrupção da História, o Petrolão, chegou à sua 27ª fase (Operação Carbono 14), mas tem pelo menos outras quatro etapas prontas à espera de um sinal verde por parte das autoridades. Em termos de investigação e colheita de provas, essas novas fases estão completas. Mesmo assim, a estimativa mais conservadora dá conta que a Lava-Jato deve se estender pelo menos até o meio de 2017.

Independentemente das novas etapas da Lava-Jato que podem surgir a qualquer momento, muitos são os políticos envolvidos no esquema que são consumidos pela preocupação. Tanto é assim, que muitos mudaram a rotina, deixando de dormir em casa às quintas-feiras e nos finais de semana. Isso porque a Polícia Federal tem apanhado os meliantes no raiar das sextas e segundas-feiras.

Com os inúmeros desdobramentos do escândalo de corrupção, muitos políticos ainda terão o privilégio de contemplar o despontar do astro-rei de forma geometricamente distinta, ou seja, de ver o sol nascer quadrado. Afinal, a força-tarefa da Lava-Jato tem muito mais provas do que imaginam os envolvidos na roubalheira. Enquanto alguns dos protagonistas criminosos se escondem sob o manto do chamado foro privilegiado, que dá direito a ser julgado em instâncias superiores da Justiça, seus familiares estão entregues à própria sorte. Afinal, o foro especial por prerrogativa de função não se estende a parentes de primeiro grau.

Nessa incômoda situação encontram-se, por exemplo, os familiares de Luiz Inácio da Silva, o lobista-palestrante Lula, e os de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Lula vem fazendo um bambolê político nos bastidores do poder para escapar das investigações, ao passo que Cunha já é alvo de processo no Supremo Tribunal Federal.


Enquanto esses alarifes profissionais não dormem por causa da excessiva preocupação, no contraponto há quem esfrega as mãos com notícias que emergem dos bastidores das investigações. Segundo apurou o UCHO.INFO, políticos do Rio de Janeiro estavam eufóricos na última semana diante da possibilidade de prisão de um destacado político, que poderá ser apanhado pela PF nas próximas horas.

Considerando que o caso de Lula está no limbo do entendimento jurídico e permanece estacionado no Supremo, resta a Eduardo Cunha receber a visita matinal dos policiais federais. Não se trata de uma certeza, até porque nas coxias da Lava-Jato há informações confiáveis e contrainformações, mas o peemedebista há muito entrou no radar das autoridades. O presidente da Câmara tem se valido do cargo para dificultar as investigações, o que por si só justifica um pedido de prisão.

Como se não bastasse, Eduardo Cunha tem encerrado contas bancárias no exterior à medida que surgem denúncias de corrupção envolvendo seu nome. Nove em cada dez delatores da Lava-Jato citaram o nome de Cunha nos depoimentos de colaboração premiada. Se Eduardo Cunha será de fato o próximo alvo de mandado de prisão não se sabe, mas não se pode esquecer que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esteve recentemente na Suíça, onde reuniu-se com autoridades locais, que se comprometeram enviar ao Brasil dados bancários de muitos dos envolvidos no esquema.

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