Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro são expulsos do Conselho do São Paulo FC

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Seis meses após renunciar à presidência do São Paulo Futebol Clube, debaixo de graves denúncias de corrupção, Carlos Miguel Aidar não é mais conselheiro do clube. Na segunda-feira (25), o ex-presidente tricolor recebeu pena máxima em reunião do Conselho Deliberativo e foi expulso do quadro de conselheiros do clube. A expulsão afasta a vida política de Aidar, que presidiu o clube por três gestões.

No total, 178 conselheiros do São Paulo FC assinaram presença na reunião extraordinária, sendo que 142 votaram a favor da expulsão de Aidar e 36 votaram contra o parecer do comitê de ética.

O comitê de ética do clube do Morumbi teve a incumbência de apurar nos últimos meses denúncias de desvio de dinheiro e lesão ao cofre do clube durante a última gestão Aidar, que começou em abril de 2014 e terminou de forma precoce em outubro de 2015.

Na reunião desta segunda o comitê apresentou parecer sugerindo a expulsão do ex-presidente do quadro de conselheiros do clube, decisão que foi acatada pelos conselheiros presentes e então definida.

Na mesma sessão, o conselho também decidiu pela expulsão de Ataíde Gil Guerreiro, ex-presidente de futebol e atual diretor de Relações Institucionais do São Paulo.

Ataíde teve 120 votos a favor de sua expulsão, 56 contra e dois em branco. Ele foi denunciado pela tentativa de agressão a Aidar em outubro do ano passado, pouco antes da renúncia. No parecer, o comitê de ética disse que o que Ataíde fez contra Aidar é “tentativa de homicídio”.

“É lamentável o parecer da comissão de ética. Opice Blum (presidente do comitê), querendo aparecer, querendo usar (a decisão) para se promover politicamente, dizer que o que fiz foi tentativa de homicídio contra o Carlos Miguel”, criticou o ex-presidente de futebol.


“É uma vergonha o parecer. Eu não tenho respeito pelo Opice Blum. A comissão de ética fez um trabalho grande contra mim e o conselho entendeu que tenho que sair. Eu saio com a cabeça erguida porque não tem nenhum caso de desonestidade minha. Não vou recorrer, continuo como torcedor, mas agora estou fora”, continuou.

Após a decisão, Ataíde afirmou que se demitirá do cargo de diretor de relações institucionais do São Paulo para “não atrapalhar Leco”, atual presidente do clube do Morumbi.

Ele ainda relembrou a agressão a Aidar e admitiu a esganadura, mas negou que tenha dado um soco no ex-presidente. “Peguei o pescoço dele, sem apertar, e falei que tinha vontade de te matar, te arrebentar”, relatou. “Eu não fiz uma agressão. Fiz uma ameaça. Hoje me arrependo. Depois de tudo que aconteceu deveria ter agredido”, declarou.

O parecer do Comitê de Ética criticou a decisão de Ataíde Gil Guerreiro de divulgar para a imprensa a gravação na qual Aidar sugere repartir comissão na contratação de um jogador. O documento ainda descreveu Ataíde como “pessoal de personalidade furiosa”.

No parecer, o órgão afirmou categoricamente que a namorada de Carlos Miguel Aidar, Cinira Maturana, acompanhou, na capital espanhola, a negociação de Rodrigo Caio com o Atlético de Madrid.

Durante a leitura do parecer, José Roberto Opice Blum, presidente do comitê de ética, citou um documento que comprometeria Ataíde, datado de 29 de julho de 2015, que poderia indicar comissão repartida entre Ataíde e Cinira Maturana, namorada de Aidar, na contratação do advogado José Roberto Cortez.

Ataíde disse, em seu discurso de defesa, ter assinado o contrato, intermediado por Cinira, porque à época confiava em Aidar. O dirigente afirmou que atendeu pedido do ex-presidente para indicar o advogado José Roberto Cortez a outros clubes e negou que houvesse algo de ilícito na ação.

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