Lava-Jato: demissão de Romero Jucá já estaria definida e é questão de pouco tempo

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No Brasil, infelizmente, a política é algo que não acontece longe de cifras milionárias. Isso porque de todos os lados os interesses são grandes e crescentes. Quando a petista Dilma Vana Rousseff tornou-se alvo de processo de impeachment, o UCHO.INFO afirmou que a primeira etapa seria livrar-se do partido político que, por diversas vezes, já foi comparado a uma organização criminosa. Contudo, em segundo momento, afirmamos que seria preciso tratar de conter o PMDB, que não foi, ao longo de mais de uma década, o parceiro tolo do PT.

Respeitando-se o que determina a legislação vigente, o governo interino do peemedebista Michel Temer “é o que tem-se para hoje”, mas não é possível cochilar diante de uma sigla que está encalacrada no Petrolão tanto quanto o PT. Afinal, o butim da corrupção foi fraternalmente dividido entre os partidos que deram sustentação aos governos petistas, sendo o PMDB o principal deles.

Com a divulgação, pelo jornal “Folha de S. Paulo”, de diálogo pouco republicano entre o ministro Romero Jucá (Planejamento) e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, o presidente da República interino terá de fazer sua palavra, eliminando do governo qualquer suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato.

A decisão de não demitir Romero Jucá, de chofre, na esteira da denúncia foi uma atitude democrática de Temer, que deu ao seu colaborador o direito de dar explicações, mas a saída do ministro do Planejamento já está acertada e deve acontecer dentro de algumas horas, possivelmente no máximo até terça-feira.


Jucá trabalhou intensamente pelo afastamento de Dilma Rousseff, o que viabilizou a chegada de Michel Temer ao poder central, mas mantê-lo na equipe do governo seria um suicídio político, principalmente porque no momento o Brasil espera muito de um presidente que tem pouco tempo para fazer o máximo possível. A demissão de Romero Jucá reforçará o compromisso de Temer com a Operação Lava-Jato, assim como dará uma gota extra de credibilidade a um governo que estreou na seara da desconfiança.

Se por um lado a saída de Jucá representa dividendo positivo ao governo, por outro significa uma derrota para o PMDB, que tem um presidente nacional condenado pela opinião pública. O ministro deveria deixar a pasta imediatamente, preservando o governo, e cuidar da sua defesa.

Não se trata de emitir juízo de valor, mas um senador da República que contrata um dos mais badalados e caros criminalistas do País – Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay – provoca a desconfiança até mesmo da freira do convento mais próximo. Com um salário bruto de R$ 33,7 mil, um parlamentar federal, que não tem fonte extra de renda, é totalmente desprovido de condições financeiras para contratar um defensor desse naipe.

A dúvida que surge à sombra desse novo imbróglio é o que acontecerá com as medidas econômicas que serão apresentadas ao Congresso Nacional pelo governo de Michel Temer, como forma de começar a reversão do caos econômico. Afinal, suspeitas à parte, Romero Jucá é largamente reconhecido por sua habilidade como negociador político.

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