Renúncia à presidência da Câmara não deve salvar mandato de Eduardo Cunha, diz líder do PPS

eduardo_cunha_1013

“A renúncia do deputado Eduardo Cunha do cargo de presidente da Câmara não deve salvar o seu mandato. Pelo contrário, reforça a necessidade da votação da cassação ainda na próxima semana”, defendeu nesta quinta-feira (07) o líder do PPS na Casa legislativa, deputado federal Rubens Bueno (PR). Na opinião do parlamentar paranaense, qualquer acordo para garantir o mandato de Cunha precisa ser repudiado.

Integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rubens Bueno diz que a próxima segunda-feira (11), quando o colegiado se reunirá para apreciar recurso de Cunha contra processo de cassação, será um marco para a virada de triste página do Parlamento brasileiro.

“Precisamos rejeitar o recurso já na segunda-feira e levar a cassação ao plenário na quarta-feira. A eleição para o novo presidente da Câmara pode ser feita depois e não deve ser usada como desculpa para empurrar a cassação de Cunha para agosto”, afirmou o líder do PPS.


Rubens Bueno lembra que o PPS defende desde outubro de 2015 o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, tendo, inclusive, solicitado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acionasse o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Ele resistiu e levou a Câmara a um imenso desgaste. Mesmo afastado do cargo pelo STF, não renunciou. Agora, quando teve a certeza de que perdeu apoio, renunciou numa tentativa de salvar o mandato. Os deputados tem a obrigação de cassá-lo”, defendeu.

É importante ressaltar que a política inexiste sem a presença constante de negociações de bastidores, mesmo que na maioria das vezes sejam espúrias. E o agora ex-presidente é reconhecido por seu poder de articulação e negociação.

Eduardo Cunha, um político tão habilidoso quanto transgressor, não renunciou à presidência da Câmara apenas por patriotismo. O fez de olho não na eventual possibilidade de manter o mandato parlamentar, mas para continuar tendo poder de ingerência nas decisões da Câmara. O que é muito pior do que tê-lo afastado do comando da Casa.