Lava-Jato: depoimentos de Monica Moura e João Santana complicam a presidente afastada

(Rodolfo Buhrer - Reuters)
(Rodolfo Buhrer – Reuters)

Até recentemente, o acordo de colaboração premiada de Monica Moura, mulher do marqueteiro petista João Santana, era considerado por parte da imprensa como fraco e inconsistente, mas o UCHO.INFO, desde a prisão do casal, afirmou que a delação de qualquer um dos dois seria explosiva e devastadora. Ademais, por questões de lógica um depoimento teria que obrigatoriamente acompanhar o outro. O plano dos jornalistas simpatizantes do PT era mandar uma mensagem a Monica Moura para que desistisse de contar o que sabe acerca dos esquemas de corrupção no âmbito do Petrolão e o caixa 2 das campanhas petistas.

Na tarde desta quinta-feira (21), Mônica e Santana foram interrogados pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos da Operação Lava-Jato. Ao magistrado o casal disse que ao ser preso pela Polícia Federal, em fevereiro passado, mentiu no inquérito. A lufada de mitomania foi estrategicamente pensada, pois ambos não queriam, com seus depoimentos, interferir no processo de impeachment de Dilma Rousseff, a presidente afastada.

A dupla esclareceu ao juiz que o montante de US$ 4,5 milhões recebido do operador de propinas Zwi Scornicki referia-se a dinheiro da campanha eleitoral de Dilma, em 2010.


De acordo com Monica Moura, o valor era referente “a dívidas da campanha presidencial de 2010 (Dilma) e Zwi lhe foi indicado pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto”. Resumindo, essa afirmação complica ainda mais o ex-tesoureiro petista, que está prestes a aderir à delação premiada, e coloca Dilma no olho do furacão.

Contudo, Monica negou que soubesse a origem do dinheiro, que com se sabe saiu do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. Essa versão foi confirmada na sequência por João Santana.

Aos representantes do Ministério Público Federal, que queriam saber os motivos que levaram o pagamento a ser feito três anos depois da campanha presidencial e de forma parcelada, Santana disse que esse tipo de situação é comum na área do marketing político. “Não tivemos sorte, nem nenhum outro marqueteiro de receber por antecipação (nas campanhas eleitorais)”, disse.

Confirmando a tese deste portal, de que soltaria a voz e contaria tudo e mais um pouco, Monica Moura admitiu ter culpa no imbróglio. “Infelizmente, não posso dizer, não sou totalmente inocente, não sou, eu recebei de uma forma ilícita, eu aceitei um jogo que infelizmente impera na minha atividade. Esse é o meu grande erro.” Ou seja, caixa 2 com dinheiro de roubalheira é regra na política nacional e ninguém se salva nesse universo imundo.

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