O delírio é livre e o papel aceita tudo, mas Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) simplesmente extrapola os limites do aceitável. Em artigo delirante, a senadora atribuiu a extraordinária capacidade de planejamento da ‘presidenta’ Dilma Rousseff ao “grande sucesso” dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Se a afirmação de Gleisi for verdadeira (o que é impossível), o aludido sucesso de Dilma será o único caso conhecido de alguém que, de forma unânime, é apontada como a grande responsável pela destruição da economia nacional, a volta da inflação e a corrupção desenfreada que alcançou níveis nunca antes vistos na história deste País.
“Tudo foi milimetricamente pensado, estruturado pela equipe de governo e acompanhado pessoalmente pela presidenta. Desde a modernização dos aeroportos, que hoje não deixam a desejar para nenhum dos países de primeiro mundo, até a recepção dos estrangeiros e cerimônias de abertura que, como a das Olimpíadas embeveceram o mundo. Tenho certeza que teve o dedo de Dilma, até por saber que foi Abel Gomes um dos organizadores, o mesmo que ajudou a preparar o show da Rio + 20 para os chefes de Estado. Na época recebemos cerca de cem deles em nosso país”, diz Gleisi descrevendo um país irreconhecível.
“Parabéns Dilma! Parabéns Lula! Comemoramos quando o mundo decidiu que os eventos seriam aqui. Temos de comemorar quando eles encerram e mostram o sucesso da organização dos seus governos. Comemorar o incentivo aos atletas brasileiros, que tiveram centros de treinamentos, bolsa atleta, preparo técnico, para disputarem as provas olímpicas”, prossegue a senadora, aparentemente desinformada sobre os magros resultados obtidos por nossos atletas.
A única coisa que empana o brilho da festa de Dilma e Lula, viaja a senadora, é o “golpe”. “É uma pena que as Olimpíadas ocorram no mesmo momento em que um golpe contra a democracia esteja em curso no Brasil, ofuscando o trabalho grandioso de seu governo, presidenta. Pior ainda, a tentativa para que os jogos sejam usados para tentar abafar o golpe, amortecendo o espírito crítico do povo brasileiro, tirando sua atenção e resistência do que está se preparando a partir do dia 25 de agosto: seu julgamento por um Senado comprometido com denúncias, hipócrita e não confiável pela maioria da população, como mostram pesquisas”.
As manifestações cada vez mais descoladas da realidade da senadora Gleisi Hoffmann fazem com que, até mesmo dentro do PT, se discuta qual será o seu futuro: tornozeleira eletrônica ou camisa de força.
